Continuam a ser preocupantes os sintomas do estado a que o governo actual está a conduzir este país. Mais 2 para a lista sintomática:
- Uma professora da Escola Básica 2/3 de Cacia, em Aveiro, a quem há pouco mais de um ano tinha sido diagnosticada uma leucemia, morreu no passado sábado, sem que a aposentação, pela qual batalhara, tivesse sido oficialmente decretada. Manuela Estanqueiro, de 63 anos, tinha sido notícia no CM em Fevereiro, quando a Caixa Geral de Aposentações (CGA) a obrigou a regressar ao trabalho, sob pena de perder o vencimento. (Correio da Manhã)
Poderá vir o primeiro, Pinto de Sousa, ou um qualquer dos seus ministros dizer que não sabe de nada[como já fez sobre o caso, paradigmático, do professor Charrua].
Ou o Presidente Silva. Ou até o bombeiro, às vezes voz de serviço, Almeida Santos. Digam o que disserem, todos sabemos que estas decisões da CGA[tal como outras de administrações dos Hospitais ou de "juntas médicas", etc.]
resultam de politicas e de instruções concretas do governo central. - O Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal deu razão a uma providência cautelar interposta pelo Governo Regional da Madeira que contestava o congelamento de 25 milhões de euros. O Tribunal considerou que foi por razões políticas que o Ministério das Finanças não quis transferir aquela verba para a região autónoma.
Poderá vir o ministro das Finanças[como em tempos veio a da Educação]
dizer que a decisão é de um tribunal das ilhas e não de Portugal. Pode dizer[como já disse]
que vai accionar os mecanismos processuais disponíveis. Digam o que disserem[e goste-se ou não de Jardim e, portanto, da decisão],
todos sabemos que é anormalmente elevado o número de casos em que os tribunais já tiveram que repor a legalidade de actos deste governo[para o qual, parece, vale tudo o que ele entende que deve valer].
Veremos o que acontecerá com as suas intenções relativamente ao que devem fazer os autarcas arguidos.
4 comentário(s). Ler/reagir:
4 dias depois! O "Correio da Manha" resolveu dar a notícia, com chamada de primeira página, da professora Manuela Estanqueiro a "quem o Estado obrigou a dar aulas até à morte.
"http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?idCanal=0&id=231281
Os comentadores e os comentários (bastantes) apontam para o apuramento de responsabilidades em relação à CGA, ou à Junta Médica que decidiu contra toda a ciência que da medicina sempre se espera. Não nos iludamos, decisões como esta (e são cada vez em maior número) são de carácter político e justificam, não o simples direito à indignação mas acções consertadas de desobediência civil. Este Estado há muito rasgou o contrato social e vive em permanente situação de fora-de-lei.
É verdade: este feriado cinzento ficou mais cinzento com a notícia da morte de uma colega. Outras virão se não se tomarem medidas de protesto que bem podiam partir dos Sindicatos. De que estão à espera para mostrarem ao país, sem ser com greves, das injustiças e atropelos à dignidade de seres humanos que, por acaso, tiveram o azar de ser professores neste país sem roque, mas com rei, ao que parece.
Há 5 anos(!!) o meu companheiro teve de solicitar ao médico do IPO de Lisboa, onde ia em busca de tratamentos, que não passavam de paliativos, O FAVOR DE TESTEMUNHAR, POR ESCRITO, que lhe era impossível cumprir o que lhe pediam constantemente em missivas solicitas e cumpridoras de ordens: apresentar-se na Junta Médica. Ele quase já não saía do leito que viria a ser o da morte. Já nessa altura se tinha iniciado o ataque à Função Pública. Mas agora assume requintes de malvadez.
Gabriela Correia
Bombas. Bombas nos carros desses filhos da puta.
Como se previa, o ministro do Trabalho e da Segurança Social acaba de declarar, alto e bom som, na Sic Notícias: "não conheço o processo" da professora, mas... enfim... há falsas baixas... embora as haja também a sério... mas não conhece o processo.
Como se previa. A gente sabe o que é que este governo sabe...
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