O incidente de há quinze dias entre Hugo Chávez e o rei de Espanha deixa alguns motivos para pensar.
Penso que ninguém duvida de que Chávez é um populista sem escrúpulos, perigoso e charlatão. Mas é por isso que os países o combatem? Certamente que não. Os direitos humanos são o primeiro dos argumentos e o último dos motivos por que se critica um político ou uma política. E basta ver a recepção que o Rei da Arábia Saudita teve no Reino Unido
[Arábia Saudita onde os direitos humanos são diariamente violados].O problema é que Chávez beliscou alguns interesses económicos estrangeiros na Venezuela. E isso, o dito ocidente não perdoa. Chávez é um demagogo, mas quer dar alguma dignidade a milhões de venezuelanos. É populista, mas pretende pôr regras à exploração desenfreada que é feita por empresas estrangeiras. Juan Carlos limitou-se a dar voz a essa “indignação” do ocidente “desenvolvido”. E falou como fala um antigo patrão para o empregado que já se estabeleceu sozinho. Com sobranceria.
Mas há uma grande diferença entre Chávez e Juan Carlos: é que aquele foi eleito. Um dos “valores” tão caros ao ocidente, a legitimidade democrática pelo sufrágio universal, Chávez tem, Juan Carlos não. Quem se deveria calar?
escrito por Carlos M. E. Lopes
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