O Senhor Silva não quis dar Cavaco aos resultados arqueológicos, encontrados por um veterano jornalista do Público, sobre um conhecido artista. Por sua vez, o projectista considera que lhe andam a vasculhar a vidinha e se antes tinha um problema com a ética, agora, quanto mais não seja, também a estética lhe inferniza os dias
[se tivesse consciência, até as noites seriam uma tortura!].Resta que a política lhe dê um encontrão; ele viveria melhor e nós, pior não haveríamos de ficar. Enquanto isso, vale a pena meditar na tese do PR sobre o Carnaval, que segundo ele, são apenas quatro dias
[só?],tantos quantos os “cantos” dos Lusíadas, lembram-se?
Respigado do Público, aqui fica a substância:
Em época carnavalesca, o Presidente da República entende que se deve "deixar os portugueses descomprimirem, estarem tranquilos", e não comentar as notícias sobre Sócrates. "É bom que tenhamos agora quatro dias em que não se fala de política, para os portugueses não pensarem nisso e os próprios políticos poderem gozar com tranquilidade.»escrito por Jerónimo Costa
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Pacheco Pereira comentou! ('Público', 2 de Fev. de 2008)
A questão da "ética republicana" aplica-se às aventuras projectistas do primeiro-ministro, que dava o seu nome, perante pagamento, a projectos que precisavam de um "engenheiro". Não é sequer um crime, dizem os especialistas, e poderia ser um pequeno pecado de um jovem no início da carreira, tentando sobreviver, se Sócrates dissesse claramente dito que foi isso mesmo. Ninguém lhe levaria muito a mal, tão generalizada está esta prática. Se há razão para levantar esta questão em termos políticos é exactamente a de saber porque é que esta pequena falcatrua existe e tem que ser feita com conhecimento de todos. Saber se há burocracia a mais, regras absurdas ou se, pelo contrário, são mesmo graves estas assinaturas de cruz. E, então, deveriam ser penalizadas.
Como aconteceu com a saga do diploma - que me parece mais grave porque há documentos que continuam a não ter explicação cabal, como o currículo corrigido na Assembleia -, Sócrates podia ter simplesmente dito que de facto usou um título que formalmente não tinha, até porque isso era uma reivindicação dele e dos seus colegas quanto à equiparação, ou então, que tinha sido pouco cuidadoso nos papéis. E ponto final, ninguém passaria disso, ninguém lhe iria pedir mais contas. Nós percebíamos tudo e, como pessoas sensatas, sabemos que a vida tem destas coisas e querer que toda a gente seja tão bacteriologicamente pura como as cozinhas de sonho da ASAE, é absurdo.
Mas Sócrates torna os seus pecadilhos em algo de mais grave. Torna-os em virtudes e, com arrogância, atribui-se comportamentos exemplares que não teve. E acresce a isso um autoritarismo que tenta sequer impedir que se discutam, e isso sim, lança uma luz perigosa sobre o seu exercício de funções.»
Bem sei que é um comentário longo, mas a qualidade e a oportunidade justificam-no, por inteiro.
os Lusíadas encolheram
o gozo tranquilo só mesmo apanágio de políticos
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