Para não esquecer...

A MANIFESTAÇÃO DA DIGNIDADE VISTA DE FORA

Manifestação professoresAcompanhei este fenómeno desde que foi anunciado. E sabia que seria um verdadeiro fenómeno de mobilização. Hoje só tive que o confirmar, atento às notícias que chegavam através da internet.

Cem mil pessoas é muita gente, pá! Cem mil vozes é muita voz para traduzir a raiva e a indignação; tanta voz que até a surda que pariu a avaliação ouvirá a determinação desta classe que exige respeito.

Estava eu a gozar o colorido espectáculo da manifestação, quando entrevistaram a tal pessoa. Foi apresentada como ministra. Não sei o que é que ela ministra, mas sei que ela não administra com sapiência, prudência e respeito. Com nimiedade de expressão áulica, própria de quem sangra por ferida alheia, aprendi com ela um par de coisas importantes:

  1. Mesmo que estivessem na rua todos os professores a dizer que ela é um zero à esquerda, não mudaria nem uma vírgula do seu plano
    [reforma, lhe chamou ela, talvez a pensar na reforma onde já devia estar se tivesse vergonha na cara].
  2. A maior parte dos cem mil professores andou a apanhar o sol de Lisboa por ignorante
    [bruto?].
    Disse ela que essa gente desconhece totalmente a «sua» reforma.

  3. A outra parte andou na boa vai ela por Lisboa porque é uma cáfila de madraços tentando evitar que a reforma os ponha a trabalhar.
Ou seja, fiquei a saber que cada um dos manifestantes deve escolher agora o grupo que melhor o defina: bruto ou madraço
[quem sabe se durante a avaliação a reforma da ministra decide que devem ser todos incluídos nos dois grupos!].
Também li umas coisas escritas por um professor universitário VM
[Vê Mal]
que se esqueceu de dizer quanto ganha por mês, quantas horas trabalha por semana, quem o avalia e coisitas assim...
[quase nada].
Cá por mim gostei de ver toda aquela malta avenida abaixo!

escrito por José Alberto, Porto Rico

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