Estranha época, aquela! Havia deuses ou as pessoas acreditavam ser deuses. Estão a crucificar uns homens; um diz ao outro que é um deus; e o outro acredita; o primeiro diz-lhe que nessa noite estarão juntos no céu. E, estás a ver, a burla. A inscrição: Rei dos judeus. E os soldados a jogar aos dados. E o que o atraiçoa é quem lhe dá o beijo. Tudo isso escrito em poucas linhas – a gente escreveria páginas e páginas – e estão ali os melhores detalhes circuntanciais, a história mais extraordinária, contada de passagem. E o que é que me dizeis das últimas palavras? “Meu Deus, meu Deus, por quê me abandonaste?” Nesse momento compreendeu que não era deus nem nada: um homem a morrer. E essas palavras, registam-nas os que querem provar-nos que era um deus. Tudo é estranhíssimo.J. L Borges (citado por A. Bioy Casares A. em Borges)
escrito por ai.valhamedeus
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Este Zé Luís Borges é que é o rei dos zaqueus.
Ele sim, é um dos poucos espertos. Todos os outros ao longo de séculos são uma cambada de cáfilas.
Bem dizia o Arquimedes:
-Dos pobres de espírito é o reino dos céus!
Já se vê!!! Quando der o p. mestre este Borges vai para o céu não por méritos consegudos na Terra mas por ser um pobre de espírito.
E já são palavras a mais.
Uma Santa Páscoa para todos
O quê? Não foi o Arquimedes que disse isso?
Se não disse bem podia ter dito!!!
Cuida-te, se não ainda levas com o chinelo
Muito bem observado, ó Zé Luís. Za queu não sou Borges, se te casares com Bioy serás um feliz de espírito no reino dos pobres, porque o teu mundo não é deste reino.
Arqui medes o que não tens, além contas o que não sabes... e assim garantes a entrada no reino por mérito próprio, porque o limbo já não existe.
O teu amigo Lorge Luís disse que os animais são imortais porque ignoram que um dia morrerão.
São uns pobres sem espírito. Irão pró céu?
Observador
Belíssimo texto!
Sensual Páscoa (de preferência com mais carninha do que peixe!)!
Abraço,
ALM
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