Corre nos mentideros pertinaz rumor segundo o qual Si Policarpo contratou a agência de comunicação que também serve o Rais Sarkozy, e a forma como nos últimos tempos cria happenings para ocupar espaço mediático parece dar-lhe alguma verosimilhança. Não podendo por bicicleta com dono nem ir ao Baba Bento pedir bênção para se embrulhar com qualquer Bruna, deu-lhe para debitar provocações e impertinências, que é importante deixar bem claro serem inócuas.
Na questão de alinhamento religioso dentro do casal, sucede que a suna
(doutrina do Islão baseada nas palavras e acções do Profeta que a tradição ("sunnah") cristalizou)
preconiza um sistema parcialmente discriminatório, em que, para espanto e confusão de muitos e de muitas, o discriminado é o homem: a mulher de muçulmano pode praticar qualquer religião, o marido de muçulmana deve converter-se ao Islão.
O Profeta – que não dispunha de estúdios de televisão para cantar loas ao ecumenismo e que por isso activamente o praticava - casou-se com Safiya, uma cativa judia, que segundo relatos coevos nada devia à beleza, e com Maria al-Qabtyiia
(Maria a Copta),
uma belíssima escrava cristã egípcia que libertou e que o governador do então Egipto lhe mandara como presente
(diga-se de passagem que eram tempo em que ainda se sabia obsequiar com generosidade).
Ambas são "Umm-al-Momineen"
("Mães dos Crentes"),
sendo-lhes tributado grande prestígio e respeito em todo o Islão.
Maria - Sayyidatnâ Maryam, mãe de Issa ben Yussuf – um dos últimos profetas que precedeu Maomé e que pereceu crucificado na Judeia no ano 33 – é também respeitada e venerada por todos os muçulmanos, e muito particularmente pelos chiitas, que ao longo dos séculos desenvolveram um complexo e resplandecente culto mariano.
Timendi causa est nescire – A ignorância é a causa do medo (Séneca)
escrito por
Ya Allah
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