Para não esquecer...

34 ANOS DEPOIS

Ai, Abril,
Que te quero Abril,
Abril da minha Saudade.

Dêem-me outra vez Abril,
Que me sinto sufocar.

Que, tímido, venha bater
À tua porta cerrada,
A sete chaves trancada,
No lado escuro da Vida,
Na sombra da Alvorada.

Que venha espreitar risonho
À florida sacada,
Rasgada sobre a Aurora,
Aberta sobre a Esperança.

Ai, Abril
Que te quero Abril,
Abril da minha Lembrança.

Que venha enxugar as lágrimas
Deste tempo sem idade,
Irromper pelas cidades
Como fogo abrasador
E despertar consciências
Do seu lascivo torpor.

Ai, Abril
Que te quero Abril,
Abril da minha Vontade!

(Faro, Abril de 2008)

escrito por Gabriela Correia, Faro

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