Para não esquecer...

A TOXICODEPENDÊNCIA, OS BONS COSTUMES E MÁRIO CRESPO

Os bons costumes têm feito um alvoroço sobre um famoso dicionário do Instituto da Droga e da toxicodependência.

Mário Crespo teve o seu presidente no Jornal das 9 de segunda-feira. João Goulão lá foi respondendo, mas Crespo, com aquele ar inteligente que o caracteriza, lá foi confrontando o pobre do João Goulão com perguntas sagazes e de grande alcance filosófico. Às tantas perguntou a João Goulão se era verdade que o Instituto no seu site dizia não haver receitas para que um indivíduo não se drogue. E perguntou isto com o ar de quem diz “vocês não têm vergonha?”. A deputada Caeiro do CDS já tinha dado corpo
(e que corpo!)
ao descontentamento das famílias face ao famosos dicionário do Instituto. Agora Crespo volta à carga com aquela de não haver receitas para evitar que um filho se drogue. Indignado, Crespo ficou perplexo
(com aquele ar de inteligente que o caracteriza),
com a resposta serena de Goulão: “Não, não há”.

De uma forma geral, somos todos drogados. Uns mais dependentes do que outros. Sabe-se que a toxicodependência
(é do senso comum, mas Crespo nem isso tem)
bate à porta de todas as classes sociais, sexos e idades. Apresenta-se sob qualquer forma e surge da maneira menos esperada. Toda a gente o sabe. Mas sabe Crespo? Não. Crespo não sabe. Crespo queria uma resposta simples. Por exemplo: quando o seu filho se drogar, dê-lhe porrada, tire-lhe o telemóvel e mande-o ver o programa… do Crespo. Assim, para que Crespo
(com aquele ar inteligente que o caracteriza)
ficasse descansado. Qualquer pessoa perceberá que o problema é complexo, não tem respostas fáceis nem receitas standard. Todos? Não. Crespo e já agora a deputada Caeiro têm solução para o problema.

João Goulão, com a paciência que anos a lidar com drogados lhe dá, teve uma pachorra inaudita com Crespo. Tratou-o como se fosse mais um paciente
(à inglesa).
Crespo é que não ficou satisfeito e depois de ameaçar que iria ler com atenção um estudo que João Goulão lhe deu
(ler, lerá, mas... e compreendê-lo?),
sorriu para a câmara
(com aquele ar inteligente que o caracteriza)
e despediu-se.

E que tal um internamento compulsivo
(para o Crespo, claro)?
escrito por Carlos M. E. Lopes

1 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Não vi o programa, mas para quem tem assistido a outras actuações do bicho, é uma boa denúncia. Acho que está a precisar de umas lições e esta já não foi má.