Nos 120 Anos do Nascimento de Fernando Pessoa
Ó Poeta!Faro, 13 de Junho de 2008
Se defeitos tinhas
os teus escritos os esconderam,
os relegaram
para os instantes recônditos
da memória.
Não sei se feliz foste.
Sei que me tornaste feliz
com a tua poesia.
Com a alegria
escondida nas pregas mal cosidas
da tua passagem
pela minha adolescência.
Descobri-te então,
vê tu!
No exame de admissão!
Perdi-te depois
nas voltas de outros caminhos.
E reencontrei-te.
Reencontro-te
no Turismo Infinito
do desfiar de todos os dias,
a roçar a janela distraída.
Aceito o desafio da vida
tantas vezes mal cumprida,
ansiando a perfeição
no oásis de cactos
de espinhos eriçados,
disfarçados de mel
da Terra Prometida.
Nada, porém, vale a pena.
Não por a alma ser pequena.
Mas é que a vida pesa
e os poemas que tu construías
com as pedras do caminho,
perdem-se no asfalto
das ruas.
Sem destino.
(sobre texto de F. Pessoa)
escrito por Gabriela Correia, Faro
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