Cavaco não é o único a entender que a solução para o problema criado pela rejeição do tratado europeu pela Irlanda deve ser encontrada pela própria Irlanda
[o pê-èssista António Vitorino, também].
Para o caso de a Irlanda não saber como resolver o problema, o Ai Jesus! deixa uma sugestão aos governantes irlandeses
[que são leitores deste blogue, segundo algumas pesquisas sérias].
[Portugal incluído]:
o povo que vota é ignorante nestas matérias e, por isso, não faz sentido perguntar-lhe o que quer que seja - o melhor é mesmo perguntar aos seus esclarecidos representantes, democraticamente eleitos. Faça-se então uma segunda volta no referendo irlandês, mas agora com votação exclusiva no parlamento respectivo
[ah! outro pormenor importante: exija-se disciplina de voto a todos os votantes, exigindo-se-lhes democraticamente que votem a favor da verdade e do progresso. A verdade e o progresso, qualquer cidadão esclarecido sabe onde estão. E quaqluer parlamentar sabe que exigir um voto democraticamente é recordar que o êxito na carreira partidária e até mesmo o lugar de par(a)lamentar tem um preço. Como tudo, aliás].
9 comentário(s). Ler/reagir:
Gostava mesmo de saber qual seria o grau de interesse dos europeus numa discussão sobre assuntos da União. Mas, também culpo os políticos medíocres que proliferam pela Europa fora pelo facto de não saberem veicular os ideais de uma Europa efectivamente unida, uma Europa sonhada há meio século atrás. Gostava mesmo de saber quem é que estaria interessado em partilhar a sua soberania, em ter um governo europeu, um exército europeu, com vontade própria, uma moeda única … Gostava de saber.
Gostava de ver quantos é que discutiriam a “Europa” de uma forma séria. Gostava tanto.
Continuo, no entanto, a culpar os políticos europeus que não têm verdadeiro “amor à camisola”, apenas servem-se das instituições europeias para se exilarem de assuntos internos e para garantirem tacho. Nessa medida simpatizo com o que dizem os meus amigos Gomes, Miguel e outros, mas entristece-me a apatia e / ou desdém generalizada tanto dos políticos como do povo em geral em relação à Europa.
Este tratado não foi criado por Sócrates e Barroso, foi uma versão remendada da Constituição Europeia, uma Constituição feita na base de verdadeiros ideais europeus e que foi chumbada por causa, fundamentalmente, de razões internas da Holanda e França.
A Europa continua a arrastar-se, mas … enquanto há vida há esperança.
Faço um apelo aos políticos (como se lessem o que eu escrevo ). Já que parece que há tanta gente a querer uma discussão sobre a “Europa”, que se experimente. Já agora, gostava de ver a quantidade e qualidade da participação.
Sonhos. Talvez seja mais uma utopia.
Já não vou publicar o comentário anterior que tem a ver com este assunto. Depois de alguma ponderação vou antes basear-me no que foi dito neste comentário.
Espero que desta vez não tenha dado nenhum pontapé na gramática e não tenha profanado a santíssima língua portuguesa. O facto de ser anglófono servirá de atenuante?
Abraço
Meu caro Marco,
eu não tenho nada contra a união europeia (até por isto: eu sou tudo menos nacionalista; sou cidadão do Mundo).
Eu sou é contra esta união europeia. O que foi feito da agricultura portuguesa após a adesão de Portugal? cadê a união europeia na solidariedade social? cadê o combate a problemas que vão para além do défice (a grande preocupação da europa): cadê o combate ao desemprego? cadê o combate à pobreza? cadê...?
Um abraço europeu -- ou antes, mundial! :-)
Ai.valhamedeus
Serve, serve.
De atenuante e de agravante.
Assim: se for a favor do "não" irlandês [e do meu,que não pude escolher], atenuante; se for a favor do "sim" disciplinado, democraticamente obrigatório, expresso pelos parlamentos dessa europa socratina e barrosã, agravante.
Tens toda a razão, mas para discutir esses assuntos e alterar o rumo dessas "políticas" é preciso que haja UMA Europa. :)
Este caso da Irlanda vai pôr a nu a fraca democracia europeia.
O voto do povo é muito justo e muito honrado enquanto votam a favor das nossas ideias e dos nossos interesses.
Os mesmos portugueses que defendem o voto popular na Irlanda são os mesmos que defenderam o referendo do aborto.
A coisa só acertou e só acabou depois do aborto ter a maioria. E os eleitores só são inteligentes e verdadeiramente livres quando votam connosco.
O mesmo vai acontecer na Irlanda.
Por isso não percebo o espanto e admiração de vossas excelências se ali, também voltarem a referendar o Tratado do Zé Porreiro Pá ou mandarem o sufrágio para os parasitas parlamentares.
Boa "valhame deus"
"
(até por isto: eu sou tudo menos nacionalista; sou cidadão do Mundo).
Eu sou é contra esta união europeia.
"
Que lindo... que bonito...
O mundo sem fronterias, sem barreiras, sem países, sem nações...
Não há muito tempo houve um império (ditadura)que teve a ideia de criar o paraíso na Terra.
Até fez um muro à volta que por acaso até nem era defensivo mas muito simplesmente para evitar que os cidadãos fugissem desse paraíso.
Estavam armados até aos dentes.
As festas e comemorações que faziam eram sempre grandes desfiles bélicos para mostrarem o seu poderio bélico.
Por isso admiro tanto os que se proclamam cidadãos de um mundo sem fronteiras.
Claro nestas coisas, lutar contra os yanques é um dever de cidadania, (Iraque, Afeganistão, etc) lutar contra os bolchevistas é uma estupidez (Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, Irão).
Não defendas tu a tua casinha e a tua horta e logo verás o que te acontece.
Este anónimo [o do irão] tem a sua piada.
Convocando o lindo e o bonito para caracterizar a substância deixou - pelo menos - dois indícios da sua mundividência:
(i)vagueia por um mundo a preto e branco, diametralmente cruzado pelos famosos eixos e, (ii) sente-se bem subtraído que foi de dar o seu contributo, como cidadão, para a construção europeia.
Afinal este tratado só tem que ver com a carreira política do Zé.
Ainda bem. Felicito os irlandeses por, melhor que muitos de nós, terem contribuído para aprofundar a vulnerabilidade da carreira do engenheiro. bem parecia que este tratado passava longe de Tordesilhas e tinha bem pouco que ver com os que vivem (cada vez pior) do trabalho de cada dia.
Pelo menos enquanto existiam 2 blocos cada um tentava mostrar ao outro que no seu/céu se vivia melhor (mesmo à força). O problema é que tanto em Portugal como no mundo sumiu-se a oposição, a alternativa e o contraditório. Vem/está aí o capitalismo em todo o seu esplendor. Se vivermos, veremos o que sobra.
Caro anónimo ["do Irão" :-)],
ao que jcosta escreveu acrescento este esclarecimento: quando me declaro cidadão do Mundo quero dizer que me identifico muito mais com o cidadão anónimo que na China (ou na Coreia do Norte ou nos EUA ou em Portugal...) luta por uma vida digna do que os nobres cidadãos do País onde vivo que lançam ao lixo do desemprego trabalhadores, porque não podem diminuir os lucros das empresas de que são donos.
São trincheiras, pois claro. Escolha o meu amigo aquela que mais lhe convier. A minha é esta!
Quanto à casinha e à horta... sossegue! já perdi o medo a esse espantalho. A esse e ao outro que dava injecções aos velhos atrás da orelha e comia criancinhas ao pequeno-almoço. Essas e outras estórias (incluindo a das crianças que vinham no bico da cegonha) foram criadas para assustar (ou iludir) miúdos. E eu já não sou propriamente miúdo.
O "Tigre Celta borrou a pintura! Andam para aí a elogiar o grande dinamismo da economia irlandesa e o seu fabuloso crescimento e eles pregam uma destas! A patir de agora já devem ser "beberrões" e "beatos". Deviam era perguntar aos outros parceiros o que pensam do "tal monte de papel". Deviam ser engraçados os resultados!
tótó55
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