A Fenprof
[ok, ok! a plataforma sindical]acaba de convocar manife para 8 de Novembro. Antecipa-se assim à, já marcada, do dia 15 do mesmo mês. Invocou o fracasso das negociações com o ministério. Realçam-se na imprensa os concursos: as baterias não podiam ser alinhadas com grande intensidade sobre a monstruosidade do modelo de avaliação do governo pê-èsse, porque isso foi objecto de entendimento com o ministério, até final do ano lectivo
[ok, ok, referiu também a "avaliação de desempenho como factor de graduação profissional" mas mesmo assim o assunto sai descentrado].
Hoje, conversando com um sindicalista sobre a anunciada manife do dia 15, avançou ele um argumento de peso: supondo que a dita até tivesse um número significativo de manifestantes, o que é que se faz depois com isso? quem aproveita isso para... negociar? Ok, ok! concedo que a manifestação de 15 se pudesse esgotar nela própria, enquanto a de 8 teria reflexo nas negociações com o Ministério. Teoricamente, assim é. Só que..., pergunto eu, que reflexo? Iremos outra vez manifestar-nos para conseguir... novo entendimento com o ministério?
E aqui estou, balanceado entre várias hipóteses: nem 8 nem 80
[perdão! 15];8 e 15; 8; 15. Comum a todas as hipóteses: estou farto deste governo
[e, como eu, muitos milhares de professores]!Farto, farto, farto!
escrito por ai.valhamedeus
7 comentário(s). Ler/reagir:
Ai.valhamedeus... eu também estou farto ... mas do governo, do Socrates daquela senhora do ME. E não desisto do combate. Acredito que tu também não vais desistir. Nunca te vi desistir..porra ! Vamos estar os dois na Manif de 8 de Novembro ... e antes no Colmeia, ali para os lados de Sé. Abraço.
Na dúvida, há que ir às duas, carago!
A nenhuma é que não!
Eu vou a ambas e não consigo ver nisso nenhuma contradição...
Não ir, só agradaria a sócrates e à sinistra.
Mas afinal quem marcou o dia 15 ? Conhecem-se os promotores ?
Só se conhecem as origens pouco recomendáveis de alguns mails que divulgam a coisa....
Vale a pena deixar pousar o pó.
Eu vou, eu vou
lá p'ras bandas do Marquês
A ver se é desta vez
que nos fazemos ouvir.
E não é a discutir
que ganhamos a contenda,
mas antes na união
e na santa comunhão
de razões mais que sobejas.
A ver se o país acorda
e pomos já esta corja
do poleiro a cabanir.
Gabriela
(Sindicalizada e cansada de traições. Vindas de todos os lados).
A data de 8 Novembro foi um expediente rasteiro de Mário Nogueira, típico de um homem do "aparelho". A fenprof sabe que a questão mobilizadora dos professores é a avaliação do desempenho; e sabe que assinou um memorando...
Rabinhos de palha...
Que o 'Anónimo' do 3º comentário não queira saber como surgiu o protesto do dia 15, é compreensível. Que daí possa tecer considerações sobre as "origens pouco recomendáveis de alguns mails", parece-me uma de duas coisas: contra-informação ou ingenuidade; quem sabe, ambas. A APEDE e outros movimentos cívicos, que não são propriamente desconhecidos e não estão de mãos atadas com qualquer "entendimento", face ao agravamento da situação do ensino em Portugal, resolveram mobilizar os professores para um protesto nacional, a 15 de Novembro. Como é fácil de confirmar, a plataforma não tinha qualquer plenário agendado para Novembro e, em rota de colisão com os movimentos cívicos resolveu avançar apressadamente, digo eu, com a data de 8, depois de uns tantos comentários de MN, que já muitos consideraram infelizes. Mais uma vez e não será a última, os sindicatos não foram capazes de, com serenidade, descobrir o que estava e está em jogo. Isto não me parece estratégia, parece-me a entrega dos professores numa bandeja, às portas da 5 de Outubro. Penso que ainda é tempo de arrepiar caminho. Os sindicatos estão em perda, não pelo que representam, mas pelos caminhos que escolhem. Os dirigentes não se dão conta do que está a acontecer nas escolas? do crescente mal-estar? do abandono em massa de tantos professores a caminho da reforma antecipada? Isto não tem significado visível para responsáveis sindicais? O que vão dizer aos professores no dia 8? Qual o objectivo da palestra? Vão rasgar o "entendimento"? mas olhem que srª já avisou e até referiu que sabe onde coloca a sua assinatura. Ainda há tempo para construir e deixar a contra-informação para os que desejam ver o ensino em colapso e os professores em debandada.
A propósito dealguns equívocos aqui deixo um texto de Mário Nogueira - Secretário-Geral da FENPROF que está a ser divulgado por mail.
Se pretender receber a informação que a FENPROF envia, basta que nos diga para o mail viseu@sprc.pt
A LUTA DOS PROFESSORES
E OS EQUÍVOCOS DE LURDES RODRIGUES
O que à ministra Lurdes Rodrigues lembra, já aos Professores e à sua mais representativa organização sindical, a FENPROF, esqueceu, pelo que se torna necessário tecer alguns comentários face ao que afirmou a ministra em resposta a uma questão que lhe foi colocada em entrevista recentemente publicada
Diz a ministra, a propósito da manifestação nacional convocada para dia 8 de Novembro e das posições da FENPROF sobre a avaliação de desempenho, que espera da “FENPROF sentido de responsabilidade, coerência e também alguma lealdade. Eu não ponho a minha assinatura em qualquer papel, nem a ponho para a mandar apagar amanhã. Quando assumo compromissos, assumo mesmo compromissos.”
Pois bem, a Ministra da Educação desta vez não se enganou, a FENPROF, com sentido de responsabilidade, coerência e também muita lealdade, não deixará de fazer o que deve ser feito! Só que, penso que Lurdes Rodrigues sabe isso, a lealdade de que fala a FENPROF deve-a aos Professores e assumi-la-á. E se, de avaliação do desempenho se falar, coerência é o que a FENPROF não deixará de ter, pois não se limitará a defender a eventual suspensão da sua aplicação, uma vez que quer destruir o modelo imposto pelo ME. A Ministra da Educação sabe disto, ou não tivesse ouvido a declaração da Plataforma Sindical dos Professores, lida à sua frente, por mim, no dia 17 de Abril (data de assinatura do Memorando de Entendimento): “…os pressupostos base do desbloqueio da actual situação de profundo conflito em nada alteram as divergência de fundo que as organizações sindicais mantêm sobre…/… o modelo de avaliação do desempenho que se considera injusto, burocrático, incoerente, desadequado e inaplicável…/… estas são razões para que, apesar do entendimento agora encontrado, os professores continuem a lutar…”.
Tal como a Senhora Ministra, que não coloca a sua assinatura em qualquer papel nem a manda apagar no dia seguinte, também os dirigentes da FENPROF assim agem. De facto, a assinatura foi colocada num papel que incluía o Memorando de Entendimento, por terem sido assumidas, pelos Sindicatos, e pela FENPROF em particular, as suas responsabilidades. Senão vejamos:
As escolas vivem, hoje, uma verdadeira tormenta com os primeiros procedimentos relativos à avaliação de desempenho a serem desencadeados. A maior parte apenas iniciou a aprovação dos instrumentos internos e, em algumas, está em curso a fixação dos objectivos individuais. Todavia, o ambiente que se sente é já de “sufoco”, de falta de tempo para o desempenho por causa da avaliação do dito, de conflitualidade, por vezes já perfeitamente instalada. Mas, como diria o povo, ainda a procissão vai no adro… Na verdade, para além destes primeiros procedimentos, faltam, depois, as observações de aulas, a elaboração dos portefólios e/ou de outros instrumentos internos de avaliação, o preenchimento de fichas e grelhas, algumas infindáveis, a disparatada tabela de resultados escolares para que sejam comparados, as entrevistas com os avaliadores, as reuniões das comissões e departamentos, as classificações, a aplicação das quotas…. ou seja, se, neste ano lectivo, o processo for até ao fim, o bom desempenho dos docentes e o normal funcionamento das escolas serão duramente afectados com grande prejuízo para as aprendizagens dos alunos.
Se, ao longo de um ano inteiro, este processo seria muito complicado de levar até ao fim (o que confirma as previsões da FENPROF “… o modelo de avaliação preconizado pelo ME, a aplicar-se, introduzirá focos de instabilidade nas escolas, aumentando a sua instabilidade…”), imaginemos que teria de ser aplicado em apenas 3 meses (por exemplo, de Outubro a Dezembro…). Admitamos agora que, como pretendia o ME, esses três meses teriam sido Abril, Maio e Junho, isto, é, os últimos do ano lectivo transacto… Que teria acontecido aos professores? Como teria sido o final de ano dos alunos portugueses? O que teria acontecido à Escola Pública? Sim, à Escola Pública, pois é dessa que falamos…
A Escola Pública, que é frequentada pelos filhos dos trabalhadores e em que trabalha a esmagadora maioria dos docentes, teria entrado em colapso, os alunos teriam sido prejudicados, em alguns casos irremediavelmente, os professores teriam sido muito prejudicados. Nestes, haveria despedimento de contratados e, este ano, no grande grupo dos docentes dos quadros, teríamos perdas de dois anos de serviço, devido aos efeitos previstos da avaliação… Quanto ao regime de avaliação, manter-se-ia em vigor sem que ficasse previsto qualquer período para a sua alteração.
É fácil perceber, e a FENPROF nunca o escondeu, que a assinatura do Memorando de Entendimento não visou caucionar o modelo de avaliação; só por má-fé se pode afirmar o contrário. A assinatura, em 17 de Abril, do Memorando de Entendimento, foi, talvez, a decisão mais difícil de tomar, eventualmente a menos simpática (apesar de legitimada por 82% dos professores que participaram no Dia D), mas a única que, responsavelmente, poderia ser tomada. É que os Sindicatos não podem deixar de assumir as suas responsabilidades perante os Professores, perante a Escola Pública e perante a Sociedade. Fizeram-no e bem. Orgulho-me de ter sentido o peso de uma classe profissional naquele momento e de ter assumido, com responsabilidade, a sua representação. Se isso não tem acontecido em que situação estaríamos agora? Ninguém sabe e esse é o problema. Os professores perguntar-se-iam sobre a utilidade de organizações que se teriam revelado incapazes de parar o tremendo disparate que se abatia sobre as escolas. Mas admitamos, como alguns afirmam, que a Ministra teria caído (o que duvido; penso, mesmo, que estaria hoje reforçada…) que ganhavam os portugueses com isso?! Uma cara mais simpática?! Talvez, mas isso aconteceu na Saúde e que mudanças trouxe?! Quantos centros de saúde reabriram? Quantas maternidades voltaram a funcionar? Que vantagens tiveram os trabalhadores do sector no que respeita às suas carreiras, aos horários de trabalho, ao emprego ou condições trabalho? Nenhumas!
A luta está aí de novo, e continua já em 8 de Novembro, com todos aqueles (e são a maioria) que ainda não desistiram! Alguns decidiram manifestar-se, também contra os Sindicatos e chegaram a marcar data. Estão no seu direito, claro, mas o serviço que prestam não é, de forma alguma, aos Professores. Estou convencido que Lurdes Rodrigues agradecerá e continuará, nas entrevistas seguintes, a atacar os Sindicatos ou, também ela, a tentar denegrir a sua imagem.
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