Para não esquecer...

AS FALÁCIAS DO VITAL

Com o texto A manife e Vital Moreira, o Carlos Lopes motivou-me a ida, pela primeira vez, ao blogue do Vital
[aonde nunca tinha ido, porque há muito tempo deixei de achar piada aos gajos que são "a voz do dono". Mas fui, para ver].
Tenho posto de lado a série de textos sobre a argumentação, que comecei de escrever, porque esta fase
[a fase de testes]
é particularmente absorvente para os professores
[facilmente se esgotam as horas semanais que o Ministério reserva para trabalho individual].
Mas um dia destes hei-de acrescentar aos textos que já escrevi sobre falácias, um outro sobre o assunto. Os textos panfletários que Vital Moreira escreve hoje
[Terreno congestionado e Roer a corda]
ajudariam imenso na tarefa. Sirvam de prova só estas duas breves notas:
  • Poço envenenado é uma falácia que consiste em
    [explica Anthony Weston, em A Arte de Argumentar, da Gradiva]
    "usar uma linguagem tendenciosa para denegrir um argumento ainda antes de este chegar a ser apresentado". O Vital chama "fronda" a esta luta contra este modelo de avaliação
    [enfim... isso será o menos, até porque permite-lhe exibir um certo encicloped(ant)ismo];
    e aos que apoiam essa luta chama "manada". Apetece descer ao nível do poço envenenado do Vital e responder-lhe: "Tá bem, boi!"

  • Em Roer a corda, Vital defende que os sindicatos são "tábua de sustentar prego". Metáfora bonita
    [eventualmente, e mais uma vez, encicloped(ant)ista],
    mas nada mais que isso. Que argumento apresenta o Vital para defender essa tese? Este: os sindicatos assinaram um acordo e agora rompem o acordo. Não veria problema nenhum se assim fosse
    [quantos acordos se não rompem por aí, meu deus?!],
    mas o ponto não é esse. Os sindicatos, de facto, entenderam-se com o Ministério em alguns pontos, mas esse entendimento não incluía qualquer acordo acerca de 2 pontos
    [no documento a plataforma sindical deixou expresso esse desacordo]:
    acerca deste modelo de avaliação e acerca da divisão da carreira em 2 níveis. Portanto, o Vital incorre aqui na falácia da supressão de dados: apresenta "unicamente a parte dos dados que sustenta a afirmação, ignorando as partes que a contradizem"
    [Anthony Weston, ob. cit.].
Estes não são os únicos aspectos fracos da péssima argumentação do Vital. E, dada a teórica formação académica do Vital, era de supor que ele conhecesse isto. E talvez conheça -- mas isto de ser a voz do dono...

escrito por ai.valhamedeus

3 comentário(s). Ler/reagir:

jcosta disse...

Para ajudar a compreender as falácias do Vital, bem como o seu recorrente posicionamento enquanto ventríloquo da "maioria", aqui fica a posição da FENEI sobre a paritária:

«A FENEI suspende a sua participação na Comissão Paritária de Acompanhamento do Regime de Avaliação de Pessoal Docente até à revisão de todo o processo de Avaliação de Desempenho dos Docentes. Tal ocorre na sequência (1) da sua última tomada de posição na referida Comissão e da ausência de uma análise e alteração profundas através da ponderação documental e pericial da Avaliação de Desempenho dos Docentes, avançada pelo Conselho Científico da Avaliação do Docentes, e (2) do desrespeito da orientação assumida no Memorando de Entendimento. Este desrespeito reflecte-se no incumprimento, total ou parcial, dos pontos 4, 6, 7 e 8.
No Memorando, ficou estipulado que o Conselho Científico para a Avaliação deveria fornecer, aos sindicatos, estudos para aplicar o modelo, e nem um único lhes foi enviado. Ficou também estipulado que o Conselho deveria reunir-se com peritos, para aplicar as medidas necessárias para o bom funcionamento da avaliação e também, em relação a este ponto, voltou a verificar-se uma total ignorância.»

jcosta disse...

No "podcast" do "Aijesus" podia figurar o "Abismo" de Fernando Alves, hoje, na TSF. Servirá de memória futura mas, mais do que isso, não deixa de ser a crónica sobre o não retorno a que chegámos. Afinal alguma c. social ainda escapa à "voz do dono" que, de forma obscena, se insinua, com há pouco aconteceu no jornal da noite da SIC. O jornalista, qual manipulador descarado, fez, no quadro, atabalhoadamente, o retrato da caricatura entre a maléfica avaliação que existia [que não discriminava os bons dos outros] e a benéfica avaliação [tão simples e exequível] que até um jornalista consegue perceber e explicar em menos de dois "soundbites".

http://tsf.sapo.pt/Programas/programa.aspx?content_id=903681&audio_id=1041730

Anónimo disse...

E não é que o homem tem razão! Somos mesmo a "manada" de que fala o Zeca Afonso nos "Vampiros" , que vêm sugar o sangue fresco da manada/eles comem tudo e não deixam nada
Gabriela