Francisco Martins Rodrigues foi um antigo militante do PCP, um dos evadidos de Peniche com Álvaro Cunhal. Foi, além disso, um dos primeiros
(ou o primeiro)
dissidente maoista do PCP. Pretendeu fundar ou refundar o Partido Comunista de Portugal com João Pulido Valente e Rui d´Espiney. Criou o CMLP. Falou após ter sido posto à prova nas sessões de tortura da PIDE. Foi um rachado. Tal facto, entre os comunistas, era uma situação insustentável.
É precisamente sobre essa tortura e o que o levou a falar que trata este livro, Os Anos do Silêncio
[Francisco Martins Rodrigues. Os Anos do Silêncio. Lisboa: Dinossauro, 2008, 103 págs].
Um depoimento pungente, de grande dramatismo humano. Para quem queira ter uma ideia da PIDE e do drama humano de uma pessoa sujeita a tortura, leia este livro. Francisco Martins Rodrigues cedeu, numa situação limite de tortura e de dores e sofrimentos atrozes. Sem se convencer. 40 anos depois, FMR tem a coragem da análise. Um homem sofrido.
escrito por Carlos M. E. Lopes
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