Nos últimos tempos, a Igreja viseense era conhecida pelas posições cavernosas do seu defunto bispo. Agora, está na berra porque, parece, tem um bispo progressista. D. Ilídio admitiu que, em determinadas circunstâncias, «o preservativo não somente é aconselhável como poderá ser eticamente obrigatório»
O problema
O mesmo argumento serve para esta situação:
Convido o leitor a aplicar o argumento a outras situações. Verá que é fácil.
Já agora, convido-o a que faça o mesmo exercício com o divórcioescrito por ai.valhamedeus
[por exemplo, quando a pessoa está infectada e não prescinde de ter relações].Agora admite o divórcio, em casos de violência. Duas posições desalinhadas em relação ao poder central do Vaticano, mas apenas parcialmente: tanto num caso como no outro, a posição oficial da Igreja é, em princípio e para o bispo, correcta. Um princípio com excepções, em casos específicos.
O problema
[salvo seja: problema... numa perspectiva teorizante]é que, a nível dos princípios, nunca se sabe aonde leva a cedência. Vejamos o caso do preservativo. O argumento do bispo seria este:
Se uma relação sexual desprotegida é claramente perigosa e o preservativo pode anular esse perigo, deve usar-se o preservativo. Ora uma relação sexual desprotegida com uma pessoa infectada é claramente perigosa e o preservativo pode evitar esse perigo. Logo, em caso de risco de infecção deve usar-se o preservativo.
Se uma relação sexual desprotegida é claramente perigosa e o preservativo pode anular esse perigo, deve usar-se o preservativo. Ora uma relação sexual desprotegida com uma pessoa que pode dar origem a um filho indesejado e quando não há condições para o criar de modo digno é uma relação claramente perigosa e o preservativo pode evitar esse perigo. Logo, em caso de risco de gravidez deve usar-se o preservativo.
Já agora, convido-o a que faça o mesmo exercício com o divórcio
[já agora, também... se pretende divorciar-se e deseja a aprovação da Igreja, D. Ilídio dá-lhe uma belíssima ideia: malhe todos os dias no(a) seu(a) parceir(a). Como se trata de uma situação específica de violência, o caso está resolvido, com a bênção divina. É dos casos em que não vale a pena não ser violento].
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