Para não esquecer...

DO CONTRA [21] psicofoda

Não me fodam o juízo de Colin McGinn

É bem possível que a leitura desta obra
[de Colin McGinn, com tradução portuguesa editada pela Bizâncio, de Lisboa, em 2009]
ou a simples visão da sua capa
[mesmo com a obscenidade do título atenuada]
foda o juízo de alguns leitores. Seguindo os sensatos conselhos do ex-diácono Remédios, entenderão que "num habia nexexidade".

O título poderia bem ser "Não me venhas cá com tretas!". Mas Não me f**** o juízo: Crítica da manipulação mental
[não sei se o título sem asteriscos é "Não me fodas o juízo" ou "Não me fodam o juízo". O original inglês é "Mindfucking"]
adverte, desde o início, que a treta e a psicofoda são 2 conceitos diferentes, embora relacionados:
FODER O JUÍZO

Uma coisa é estar rodeado de tretas. Outra completamente diferente é que nos fodam o juízo. A primeira é irritante, mas a segunda é violenta e invasiva (excepto quando consentida). Se alguém lhe manipular os pensamentos e as emoções, lixando-lhe a cabeça, é natural que fique ressentido: o indivíduo em questão distorceu as suas percepções, perturbou os seus sentimentos, talvez até lhe tenha usurpado o Eu. A psicofoda é um aspecto predominante da cultura contemporânea e o agente que a pratica tanto pode ser um indivíduo como todo um Estado, dos jogos de manipulação pessoais até à propaganda em grande escala. Em Não me F**** o Juízo, Colin McGinn investiga e clarifica este fenómeno. Da antiga Grécia a Shakespeare e às técnicas modernas de controlo de pensamento, McGinn reúne os componentes conceptuais deste conceito extremamente complexo — confiança, logro, emoção, manipulação, crença falsa, vulnerabilidade — e explora a sua natureza. McGinn elucida as implicações sexuais da metáfora de foder o juízo, sublinhando quer os seus aspectos positivos quer os negativos e expõe a sua essência de sublevação e desorientação psicológicas. O resultado é em geral a delusão e por vezes a demência. Até que ponto já lhe foderam o juízo? Não será fácil responder a partir do seu ponto de vista, mas estar ciente do fenómeno dá-lhe pelo menos alguma protecção.
escrito por ai.valhamedeus

2 comentário(s). Ler/reagir:

o fodinhas disse...

Já que vc me parece entendido na matéria tire-me esta dúvida existencial.
- O que é que prefere?

1- Que lho fodam o juízo
ou
2 - Que lhe vão ao ku?

Gratíssimo pelo esclarecimento

toino do campo disse...

Ó fodinhas,

eu conheço mais ou menos o Ai meu Deus e, ou me engano muito, ou ele não te vai esclarecer. Não será por falta de vontade, mas de conhecimento.

É que, conhecimento do que é foderem-lhe o juízo, ele tem (e tu também hás-de ter, quiçá sejas especialista. Neste momento, com este governo, a maioria dos portugas tem experiência suficiente para ser doutor no assunto).

Quanto a levar no cu, não consta que saiba o que seja isso e, portanto, não há-de conseguir comparar para decidir o que prefere. Saberás tu?