Para não esquecer...

O SR DOM JOSÉ

Ouvi, nesta noite televisiva, o sr. dom José Policarpo

[arcebispo, ou cardeal patriarca ou lá o que é, de Lisboa]
declarar que não compreende quem critica as empresas que têm lucros elevados.

E as palavras do patriarca
[ou lá o que é]
soaram-me a crítica a um outdoor que ainda está aí pelas ruas, do Bloco de Esquerda. Este:

Há um pormenor que confirma esta minha ideia: se me não engano, atrás do sr dom José, que discursava, havia publicidade vária, incluindo à EDP
[que, portanto, seria patrocinador do evento].
Esta minha fé profunda é confirmada ainda pelo passado do sr dom José. É que o patriarca
[ou lá o que é]
nunca foi parco em elogios ao presidente do Conselho e ao seu governo. Recordo, a título de exemplo, uma entrevista de Novembro passado, em que o sr dom pregava que a “Desconfiança em relação à banca seria um desastre para o país”, apoiava o novo aeroporto, entendia que as obras públicas “não devem ser abandonadas de uma maneira fácil”
[a sua opinião "em relação a estes grandes empreendimentos é que foram muito bem estudados e não há razão para serem abandonados de uma maneira fácil"],
que a oposição tinha sido “mais frágil do que a governação”, que teoricamente um governo de maioria ajudaria a dar estabilidade, que "Houve ditadores que decidiram bem, mas por outro lado não estão sujeitos às peritagens das decisões", que, em suma, "Uma maioria é saudável".

E, se dúvidas tivessem permanecido, estariam assim desfeitas:
"penso que este Governo tem coisas notáveis, de abordagem dos problemas e de os implementar. Porventura não conseguiu todas as soluções anunciadas, como os governos anteriores também não".
Ok, sr dom José, digníssimo herdeiro de um outro cardeal patriarca
[ou lá o que foi]
de Lisboa, de anos idos. Desde Constantino, a estória vai-se repetindo... Ok! Deus abençoe a divina aliança!

escrito por ai.valhamedeus

2 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Com tanto elogio às medidas deste governo agora sou eu que estou baralhada!O que me acontece cada vez com mais frequência, valha a verdade. Mas elucidem-me: quando foi que a Igreja aprovou a lei do aborto e o casamento entre seres do mesmo sexo?
Eu sei, eu sei: a Deus o que é de Deus, a César o que é de César. Ou ao contrário. A Igreja é que não sabe.
Gabriela

Anónimo disse...

Cada um é o que é e a história que tem. Este senhor sempre trabalhou para ter o poder e manter-se nele. E tem sido um «ganhador»: sempre em postos de poder desde que se fez padre: reitor de seminário menor, reitor de seminário maior, reitor da Universidade Católica e... Patriarca.
Quando alguns dos seus colegas sofriam as consequências da contestação ao Cardeal Cerejeira, ele aproveitava para reforçar o seu poder lambendo as pantufas do senil patriara. Qualquer semelhança com o percurso de SS Bento XVI não é pura coincidência.
A sus sede de poder levou-o, por um lado, a apoiar o governo e o seu chefe em situações em que devia fechar a boca; por outro, montou pacientemente uma rede de bispos que são seus paus-mandados, secretários com mitra.
Tenho cá pra mim que está a entrar na fase em que estava o patriarca anterior quando ele lhe comeu as papas na cabeça.