Para não esquecer...

POLÍTICA À PORTUGUESA: EU ALICIO, TU ALICIAS…

A propósito deste sururu sobre o aliciamento e transumância partidária (e não só), transcrevo alguns excertos do texto de António Maria Lisboa “O Senhor Cágado e o Menino”. Desde já as minhas desculpas pela apropriação e abusiva e subjectiva escolha destes, e não doutros, excertos. Talvez encontrem as razões, ao cabo da leitura e da vossa interpretação.
O Senhor Cágado é um grande cágado. Ele bem o sabia mas no entanto fazia todos os dias de pavão para ver se enganava os outros. Mas os outros bem viam que ele era mesmo cágado e que não era pavão nenhum antes pelo contrário.

O senhor Cágado gosta dos desportos e entre eles a caça é que mais admira. Para isso o snr. Cágado tem um elefante e um falcão e para dirigir o elefante e lançar o falcão tem um tratador de bronze. É claro que para isto tudo o snr. Cágado tem um turbante com uma pedra verde que foi vermelha e azul mas que no entanto é Negra ou Branca conforme exclui ou inclui todas as coisas ou nenhuma coisa. Mas para isto tudo o snr. Cágado teve que nascer com isso tudo o que foi um trabalhão dos demónios que deu aos outros e a si e então quando depois desse trabalhão todo já tinha tudo nos bolsos e as coisas arrumadas, foi um sarilho de novo que teve e os outros também para tirar tudo dos bolsos e pô-los cá fora para ir à caça. …

Mas nisto viu-se que o snr. Cágado não é cágado nenhum mas uma donzela….

A donzela começou então a pensar com os olhos em arco «como me chamo? onde estou? por que me perseguem? por que não me dizem as coisas? por que não me fazem perguntas directas? por que me dão de cada vez um nome, uma profissão, um estado, uma residência, um sentimento, uma emoção, uma ideia, um rosto, uma megera, um amigo secreto?...

P.S. Se não encontrarem no texto marcas surrealistas é porque não percebem nada do Surrealismo Português. E não conhecem o seu autor.

Ainda a propósito de tudo isto, política, surrealismo, hemiciclo e gestos, transcrevo um poema de João de Deus:

FORASTEIRO EM LISBOA

No Rossio o prior de Santa Iria
Vendo um palácio, disse ao Canongia:
“Que será isto aqui?”
-- Dona Maria…
Onde se representam as tragédias.

Vai correndo a cidade, e sempre atento
Pergunta noutro sítio:
“Isto é convento?”
-- Não! isto é o Teatro de Sã Bento,
Onde se representam as comédias.

escrito por Gabriela Correia, Faro

4 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

E as tragédias também.

A última, trágico-cómica, foi quando o sua excelência o primeiro dos ministro disse com pompa e circunstância que ia dar
(do nosso dinheirinho)
200€ aos infantes que nascessem em Portugal.

Ora com esta fortuna e que
(ainda bem)
só poderá ser levantada 18 anos depois, o infante vai ficar rico e aproveitará para fazer a sua primeira e grande viagem à volta do Campo Pequeno para recordar a última corrida do signor Teixeirinha de los Santos y Picatores.

Se o dinheiro não der para a despesa o paizinho sempre poderá avançar com o que falta.

Por isso hoje estou contente

Um esmola destas não se recebe todos os dias

Ri Macaco

Anónimo disse...

E el pegador Piño no entra en la fiesta?

Pegador da Moita disse...

Penso que deve ter havido aqui algum erro no cartaz tauromáquico,
pois o que tenho aqui é o seguinte

....................
GRANDE CORRIDA
CAMPO PEQUENO

Cabaleiros Piño e Lino

2 valentes toiros da

Ganadaria de A Pinto del Soisa

Grupo de Forcados Profissionais da Teixeirinha

27 Setembro 2027
.....................

Anónimo disse...

Mas que raio de data arranja o comentador anterior

2027

Neste ano já nenhum dos esforçados cavaleiros cá está
e
a ganadaria já mudou de patrão
e
o Grupo de Forcados mudou-se para o Teixoso, fica mais perto da raia e bem podem ir todos para o raio que os parta