Para não esquecer...

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO - 2

1.

A notícia macabra do roubo do bebé do ventre da mãe aos 8 meses, há dias nos EUA, recordou-me a notícia igualmente macabra e inimaginável da jovem russa, estudante de medicina, que assassinou à martelada duas idosas indefesas; tal como a grávida e o seu bebé ainda no ventre eram indefesos. É como esmagar uma mariposa ou uma flor com a bota cardada, ou pontapear um cão, ainda que sarnoso, ou atirar um gato à parede para ver o que acontece. E, já agora, espetar bandarilhas num touro! Embora este esteja mais bem equipado para se defender.

Salvo as devidas proporções, é tudo fruto de mentes retorcidas, à falta de melhor epíteto.

Pois a estudante ancorou o seu acto no interesse científico pela morte e estudo da decomposição dos cadáveres.

É claro que, se pensarmos nos instrumentos de tortura da Inquisição
(e não só),
nos genocídios, em Jack – The Ripper, verificaremos que este sempre foi “A Brave New World”, como Aldous Huxley já o sabia, em 1932.

2.
Ainda na senda deste admirável mundo novo, uma ideia ocorreu aos editores de jornais, que os portugueses lêem pouco. Houve até quem já se tenha vangloriado de não ler jornais! E olhe lá!...

Pois bem, neste tempo de canícula andam uns jovens pela praia com um depósito às costas, semelhante no formato e tamanho ao que os agricultores transportavam para sulfatar as vinhas e acabar de vez com o míldio. Só que este não transporta líquido que mate, nem é de material tão pesado como aquele. É de plástico
(admirável mundo novo do plástico),
com cores aliciantes e publicidade a um jornal. E a mangueirinha borrifa-nos com …água. Pois.

Ideia aprovada. Embora me pareça que um mergulho no mar seria mais eficaz. Mas no mar só há algas, plásticos esquecidos, etc. e pouca publicidade.

No mar há também resíduos que não se vêem, mas de que todos suspeitamos. Aqui fica um poema de Ruy Belo a testemunhá-lo:

NA PRAIA

Raça de marinheiros que outra coisa vos chamar
senhoras que com tanta dignidade
à hora que o calor mais apertar
coroadas de graça e majestade
entrais pela água dentro e fazeis chichi no mar?
escrito por Gabriela Correia, Faro

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