Quão doce é a um firme namorado[D. Tomás de Noronha]
Um fingido fugir da doce dama,
Um dizer que não quer ir para a cama,
um não sejais, senhor, tão malcriado.
Um ai que nos ouviram! Que é pecado!
Um ai que a minha mãe ouviu e chama!
Um ai de mim, que perco honra e fama!
Um não sejais, senhor, tão porfiado!
Quão doce é um suar a curvar coxas!
Um dar lugar a tudo, de cansada;
Um lembrai-vos, senhor, qual me deixais!
Um encobrir, chorosa, as nódoas roxas;
Um despir-se, em lágrimas banhada;
Contemple-o quem chegar a tempos tais!
escrito por Carlos M. E. Lopes
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