Sobre nós preside um deus qualquer[Fernando Cabrita. O Livro da casa. Olhão: Gente Singular Editora, 2009, p. 47]
que nos quer bem, ou mal, ou nem se importa
que cedo haja em cada de nós a tempestade
a deixar-nos a alma triste e a carne morta
Que felizes éramos na nossa aldeia, na pequena horta
onde deixámos filhos por nascer e essa mulher
que esconde o rosto triste atrás da velha porta
e ilude nela a mágoa enorme da saudade
E quando tudo então parece imensidade
e o vento sul a nossa dor sem fim exorta
sobre nós preside um deus qualquer
que nos quer bem, ou mal, ou nem se importa.
escrito por Carlos M. E. Lopes
1 comentário(s). Ler/reagir:
Excelente escolha, ilustre legista.
Ler Fernando Cabrita é uma delícia
Enviar um comentário