Para não esquecer...

E AGORA, MÁRIO?

Quando Roberto Carneiro foi nomeado ministro da Educação, a Fenprof transpirou optimismo

[estão por aí os documentos para comprovar que, segundo aquela federação, finalmente tínhamos um ministro que...].
Eu era, na altura, delegado sindical -- e em muitas reuniões tive que estar no contra: contra as alegações dos dirigentes sindicais de que devíamos dar ao novo ministro/governo o benefício da dúvida. O desenrolar dos acontecimentos, porém, viria a provar que eu tinha razão quando defendia que do poder não vem nada de mão beijada.

Mário NogueiraContinuo a defender que do poder não vem nada de mão beijada
[até de mão muito sofrida sabe Deus...].
[em particular aos da Fenprof, porque da FNE continuo a não esperar o melhor]
quando anunciavam esperanças em relação a este "novo" governo e a esta "nova" ministra da Educação.

Queira Deus que me engane, mas parece-me que mais uma vez se confirma a minha teoria. O Ministério anuncia o fim dos titulares, mas esse fim, em si, nem é bom nem é mau
[antes pelo contrário].
A existência de titulares, em si, nunca foi problema. Nem sequer para o governo
[há titulares que ganham menos do que os não titulares -- e o ganhar mais ou ganhar menos é que é questão para o governo].
O fim dos titulares
[que a FNE saúda com tanto júbilo]
não garante uma carreira única
[ao contrário do que a FNE anuncia acreditar].
Limitar o acesso a 3 escalões na carreira, como se pretende, é bem mais "penoso" do que a divisão entre titulares e não titulares; a existência de quotas, que se mantém, é que é importante, como critério de efectiva divisão.

Morrer em cadeira eléctrica ou guilhotinado, poderá fazer diferença no que se refere ao grau de sofrimento -- mas não faz em relação ao ponto principal: a morte. Que a FNE se sinta satisfeita, não me admira. Olho é o sorriso de Mário Nogueira, que me parece ensombrado; espero pelo momento de ele murchar definitivamente -- haveremos, então, de lhe perguntar: e agora, Mário?

escrito por ai.valhamedeus

2 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Enquanto vcs se entretêm com nozes o polvo vai estendendo os tentáculos por terras de África
Ora confiram por aqui

http://www.ionline.pt/conteudo/34844-unita-diz-que-portugal-e-destino-dinheiro-roubado

Francisco Almeida disse...

Aivalhamedeus ... a fotografia do sorriso tem pelo menos um ano !
Há aqui uma pausa que não se vê ... foi o tempo de ir beber um limoncello.
Quero insistir numa ideia que já aqui deixei. Eu conheço (ou julgo conhecer) a natureza do poder que nos governa. Daí que não espero nada de bom para os professores, para os trabalhadores portugueses e para o país. Sabemos todos que nenhum avanço se conseguiu sem acção sem luta... Mas como é que uma organização sindical pode posicionar-se num processo (sim, isto é um processo)sem ter presentes as propostas do poder ?
Estou convencido que os professores vão ter de voltar à luta para fazer recuar o Governo nalgumas matérias onde o governo Socrates 1 foi mais longe no ataque a direitos alcançados durante décadas. A questão é que neste processo (num processo) cada "coisa" tem o seu tempo.Como podemos nós saltar etapas ? Estaremos nós num processo revolucionário ? Aivalhamedeus ... isto parece-me claro.
Quando alguém quiser fazer a pergunta certa dirá: e agora, FENPROF ?, e não "e agora, Mário ?"
Nessa altura (em qualquer altura) avaliaremos a situação e reagiremos em conformidade com o estado das negociações. A FENPROF já afirmou pela voz do seu Secretário-Geral que a negociação pode ser acompanhada da luta dos professores e que não esperaremos pelo seu encerramento ... apenas para protestar.