Para não esquecer...

ISTO PASSOU DAS MARCAS, DIZ O OUTRO

Encontrei no diário da República do norte
[mais conhecido, por enquanto, por JN,o tal cujo patrão carece de ajuda urgente para continuar a publicar o lixo das várias sucatas, administradas pelo senhor presidente do conselho]
uma prosa bem higiénica, atendendo aos imbecis editoriais que por lá afloram. Freitas Cruz tem dias e hoje, talvez por ser dia do Senhor, dia de passar diplomas de engenharia, resolveu correr atrás dos vendilhões. Que o Senhor o ilumine também nos restantes dias, até no sétimo para que possa descansar e... continuar a acertar no alvo certo:
"Isto passou das marcas"

Não vale a pena disfarçar: a democracia portuguesa está doente, muito doente, e nenhuma ironia pode mascarar essa terrível situação. Haverá certamente quem tente retirar proveitos partidários, mas as ambições mesquinhas não são suficientes para iludir os contornos da moléstia: o que está em risco, por muito que pareça exagerado dizê-lo, é o regime - na sua saúde, no seu prestígio, na confiança cega que deve merecer aos cidadãos. Tal como foi dito já, embora com um outro sentido, "isto passou das marcas", ou seja, caminha-se aceleradamente para o "pântano" de que António Guterres fugiu desajeitadamente. E não é uma "questão comezinha", ao contrário do que tentou desvalorizar o patriarca, regressado à fase da condescendência… para com os seus.

A Justiça granjeou a justa fama de ser responsável por grande parte das nossas debilidades. Para ela não há "terapias-simplex" tão ao gosto destes medíocres tempos de faz-de-conta. Também não são soluções (muito menos emergem do exigível sentido de Estado!) as explicações esfarrapadas da "espionagem política" ou do "assassinato de carácter".

Nos últimos anos, o ambiente adensou-se perigosamente. Hoje, sem qualquer dúvida, vive-se uma depressão e, com a gangrena à vista, está-se no fim da linha ou muito perto dele. Nenhum preceito jurídico, ainda que manobrado com a maior mestria, conseguirá anular a realidade política - terreno onde tudo existe logo que parece existir.

As trapalhadas acumuladas (que sempre tiveram a bênção eleitoral dos cidadãos!), conduziram o país a uma enfermidade grave. Com culpas nunca provadas, por si mesmo ou pelos seus amigos, José Sócrates concentrou na sua pessoa uma soma de "casos" que não podem ser desvalorizados. E a tal ponto que, neste momento, o funcionamento das instituições foi afectado e a sobrevivência do regime só é garantida pela integração europeia.

Parece-me temerário ficar à espera da Justiça: o estado de espírito da Nação já a ultrapassou. Por mim, preferia que o presidente da República desse um valente e saneador murro na mesa. Porque, de facto, isto passou das marcas!»
[António Freitas Cruz, JN, 21/Novembro/09]

escrito por Jerónimo Costa

2 comentário(s). Ler/reagir:

Câmara Pistana disse...

Só um gajo muito burro é que pode pensar que as conversas de Vara com Sócrates possam ter algum teor menos ético.

O Magistrado de Aveiro e o de Coimbra que ouviram e acompanham o processo acharam que sim.

Devem ser 2 anormais ou talvez, simplesmente, não compreendam a linguagem do senhor doutor Gamando Vara e do senhor presidente do conselho, pessoas que nunca e em tempo algum tiveram comportamentos menos dignos e por isso mesmo estão acima de qualquer suspeita.

Mas mesmo assim neste encontro houve um empate
PGR e PCSJ acham uma coisa e os senhores Juixes de Aveiro e Coimbra o seu contrário

Portanto estamos empatados

Então porquè é que as escutas são declaradas nulas?

Simplesmente porque os de Lisboa têm a faca e o queijo na mão

Assim se faz justiça no rectângulo

jcosta disse...

Aquilo a que as escutas estão sujeitas em Lisboa - e em Lisboa, pelos vistos, nós, escutados, não somos ouvidos - não tem pés, nem cabeça, ou melhor, pés, terá, mas cabecinha... há muito que ela desapareceu da "Escola Politécnica", uma rua cada vez mais parecida com a da "UIndependente", que Deus haja, e não menos posicionada no ranking do que a rua onde mora a eminência parda a cujas "bochechas" remetem certidões. Despachar certidões com as bochechas, não dá, i.é, dá no que deu: destruição.
Senhoras cândidas eminências, não podendo estar mudas e quedas, podiam vossas senhorias meter uma sabática até ao fim dos fins e, no entretanto, ouçam o Juíz Rui Rangel (eu juro que não é irmão do outro, do trauliteiro) que hoje [23 de Novembro], na TSF [a Voz do Direito], deixou uma mensagem clara para todos os que ainda não entenderam, ou entendem bem demais o imbróglio em que o p. de Sousa nos meteu.