A discussão sobre temas religiosos encalha sempre no mesmo areal: os que se escandalizam com as críticas à estrutura religiosa exigem que os críticos assinalem também os aspectos positivos. Ou seja, a oposição não rebate a crítica, quer impor um método.
[a criança é mais fácil de seduzir e manter submissa e calada]
mas também a canalhada do predador amigo da onça que se aproveita de crianças que as famílias entregaram à sua responsabilidade
[caso de acólitos e seminaristas].
É um tema escabroso que devia ser discutido abertamente, mas quando sai à superfície a ponta do iceberg, em vez da esperada crítica e autocrítica das estruturas emporcalhadas por tais actividades, o que vemos é o grito de escândalo e o rasgar de vestiduras. Aqui d’el Rei que os malvados nos querem destruir a Igreja!
Em vez de uma atitude de vergonha solidária, põem cara de escandalizados e começam a disparar informação que nada tem a ver com o caso em discussão. Tratam logo de minimizar a questão ou desviá-la para o contraste numérico: por cada pedófilo há muitos padres que o não são; há muitos padres que gastam a vida nos seminários e colégios e nunca tocaram num aluno; há padres que dedicam a sua vida aos pretinhos nos palúdicos territórios da África pagã; há padres que são bons filhos e bons irmãos.
Ninguém nega esta possibilidade. São verdades de Lapalisse. Argumentação que não argumenta; que nada diz sobre o que se discute; que nada útil traz à discussão e muito menos às possíveis soluções. Estas boas almas (?) parecem esquecer-se de que um pedófilo pode ser um bom filho; pode ter estado muitos anos ensinando num seminário, ou em África, e nada disso altera ou minimiza o dano que que fez a esses alunos ou aos «pretinhos» dos internatos da Missão. Quem assim justifica o pedófilo
[mesmo que seja só com o intuito de defender a Igreja]torna-se cúmplice do seu delito e do seu pecado.
escrito por José Alberto, Porto Rico
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