Para não esquecer...

A LEI DA ROLHA E O PS

O exército dos arautos da democracia está em polvorosa por mor da aprovação da "lei da rolha" pelo PSD
[o exército inclui generais do próprio partido, que informam que a coisa resultou de uma "distracção". Santo Deus! um congresso de distraídos!...].
Cá por mim
[que votaria contra, se tivesse que votar],
estou-me marimbando: se houver problema, é problema dos militantes do Partido, em cujo número me não incluo.

O que verdadeiramente me faz cócegas nos neurónios é a hipocrisia das reacções do pê-èsse; foi, primeiro, o Canas a apelidar a coisa de estalinista; foi, depois, a decisão de levar a alteração dos estatutos do PSD a debate na Assembleia da República.

O problema das leis da rolha é o problema de todas as instituições doutrinárias, com as igrejas e os partidos na cabeceira das listas
[e o PS incluidíssimo nelas].
Sócrates já impôs a lei da rolha ao seu governo pê-èsse; outros dirigentes socialistas têm outras versões da rolha; a Igreja Católica tem a excomunhão; ... e já aqui foi noticiada a expulsão de militantes do PS, PSD e CDS por terem participado em listas de outros partidos nas últimas eleições.

É mesmo assim: são os mecanismos que estas instituições constroem para destruir as divergências sérias. Serão estes mecanismos de controlo compatíveis com a democracia? São, pelo menos, uma das razões por que não estou filiado em qualquer partido nem arregimentado a qualquer Igreja.

escrito por ai.valhamedeus [foto do "Público"]

4 comentário(s). Ler/reagir:

freespirit disse...

Isto da Lei da Rolha é mais uma expressão que fica. Pelo que entendi, esta lei até é mais "suave" do que a anterior, pois só se aplica aos 60 dias anteriores a eleições, enquanto que a que estava em vigor se aplicava sempre.
E a mesma lei que estava em vigor no PSD, está também no PS, PSOE, PS francês (para enumerar os partidos referidos por Santana Lopes).

Votaria contra, também, se fosse congressista.
De facto, é o problema deste tipo de instituições: até onde vai o limite de opinião que nos ponha fora da corrente ideológica do partido em que se está inserido?

p.s.: espero que a omissão de expulsões de militantes do PCP, por outras razões que não as evocadas no texto, não tenha sido propositada. ;)

Abraço.

Anónimo disse...

Isto é alguma rebaldaria? quando se adere a uma organização, seja ela de que teor for, é suposto conhecer as regras de funcionamento e cumpri-las... quem não gosta de um partido ou de outro tipo de organização, não adere e é livre de criticar, como e quando quiser... se adere, tem de cumprir as regras internas... se não fosse assim, não havia razão para pertencer a grupos ou organizações...
o resto é conversa... nos partidos como na vida quem está no poder, manda e espera ser obedecido... quem não está no poder, cumpre ordens e é suposto não perturbar a vida aos que "mandam".
O resto é ilusão: dos comunistas contra os socialistas, dos socilistas contra os sociais democratas, dos católicos contra os maçons... enfim: de uns contra os outros unica e exclusivamente porque os que mandam não gostam de perder o poder e os que obedecem gostariam de mandar...
o G. Orwell há muitos anos atrás explicou na perfeição, no triunfo dos porcos, como funciona a coisa... quem quiser que entenda, quem não quiser que continue a ignorar...

Frei José disse...

Mundo maravilhoso o mundo dos anónimos obedientes. Só um a mandar e acabou-se. Sim, porque logo que esse chega ao poder todos os outros devem obedecer.
Voltamos ao momento em que era Deus quem dava o poder a quem lhe apetecia. E como o poder descia do céu, poupava-se o dinheirinho das eleições, das campanhas, das assembleias dos partidos, dos Conclaves papais e de tudo o que cheirasse a escolha feita pela cabeça dos humanos que o mesmo Deus fez livres.
Nada de dissidência, só obediência.
Pobre Deus que tais filhos anónimos tem que aturar.

Anónimo disse...

Que eu saiba todos podem dizer aquilo que quiserem, mas não o podem fazer contrariando as normas que lhes regula a vida dentro de uma organização.
é simples. acho eu. nenhum partido pode punir quem quer que seja por se expressar por conta própria... e não o faz. não sei porque é que toda a gente tem regras que deve cumprir dentro das várias organizações e quer quer os partidos dos outros permitam todo o tipo de dislates... porque quanto aos seus, todos percebemos o que se passa...
como diz o povo cada um deve meter-se na sua vida, pois nada tem com a vida dos outros...