Pois claro!
Notas queirozianas
[também ao cuidado do emérito Carlos Lopes].
Há muito que um texto não me tirava do sério. Há muito que não me via a rir, de modo tão espontâneo e sonoro, como aconteceu neste automático labor de juntar as letras que dão corpo à crónica do MAP. E quando assim é, já que pela poesia é que vamos, como bem [en]canta o Sérgio Godinho: “espalhem a notícia” e não esqueçam, à mesa, cardápio na mão, cuidado se optarem pelo polvo, admirem-se se vier uma nuvem, ou um terramoto, tanta faz. Esperem pela conta!
Há algo de desconcertantemente poético na relação do seleccionador nacional Carlos Queiroz com a língua portuguesa. A frase "Para mim, polvo significa o mesmo que nuvem" com que se defendeu da acusação de ter injuriado o vice-presidente da Federação de Futebol chamando-lhe "cabeça do polvo" (ou seja, o mesmo que "cabeça da nuvem") merecia mais do que o "Jornal da Noite" da SIC e poderia ter sido o título do inconcluso "Terceiro manifesto" se Breton tivesse vivido mais uns anos. Pois que outra representará melhor que ela o "funcionamento real do pensamento (...) na ausência de qualquer controlo exercido pela razão e fora de qualquer preocupação estética ou moral" (principalmente "fora de qualquer preocupação estética ou moral")? Agora já ninguém se surpreenderá que, durante o Mundial da África do Sul, "extremo" significasse, para Carlos Queiroz, o mesmo que "ponta-de-lança". Ou que a expressão "talvez deselegante" com que classificou a sua referência às partes genitais externas da mãe do presidente da Autoridade Antidopagem signifique, para Carlos Queiroz, o mesmo que "extremamente ordinária".[JN, sexta-feira, 3 de Setembro (dia do Portugal / Chipre em piloto-automático)]
escrito por Jerónimo Costa
1 comentário(s). Ler/reagir:
Não sei, meu caro JC, por quê essa vontade de rir. Creio que esses movimentos do diafragma, são produzidos pelo pó. O pó é o culpado da maior parte das alergias (políticas, desportivas, religiosas), segundo o artigo de uns investigadores de uma universidade cujo nome não recordo, publicado numa revista cujo nome já esqueci. Recordo vagamente que o tema principal era o Alzheimer.
O MAP (mapa, em português, para os mais distraídos) não percebeu que CQ (Cágado Quesilento) é um jogador empedernido. Joga com as palavras. Polvo, em português é pó em español. E a núvem... desviou o dardo... porque tomaram a núvem por Juno. Em setembro...
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