Para não esquecer...

O OURO DO BANCO DE PORTUGAL

Temos não sei quantos mil milhões em reservas de ouro no Banco de Portugal. Ontem, no telejornal, apareceram três economistas com posições muito curiosas
[como se sabe, o economista é o técnico que amanhã nos vem justificar porque ontem não previu o que se passou hoje].
O bastonário da Ordem dos economistas veio dizer que podíamos vender reservas de ouro e pagarmos a dívida, sem pedir sacrifícios a ninguém. Achei correcto.

Veio depois o João César das Neves e afirmou que tal resolveria o assunto por dois ou três anos, depois voltaríamos ao mesmo. Achei-o correcto.

Finalmente veio um senhor economista que disse não poder o Banco de Portugal vender o ouro sem autorização do Banco Central Europeu e, mesmo que fosse autorizado, não podia tal servir para financiar o Estado. Achei correcto.

Achei curioso que três eminentes economistas tivessem ideias tão díspares. Achei mais lógico o terceiro, uma vez que, se isso fosse possível com tanta facilidade, já o Sócrates tinha vendido o ouro, a prata, o bronze, o pai e a mãe para se manter no poleiro. Mas, por outro lado, então para que serve o ouro?

escrito por Carlos M. E. Lopes

0 comentário(s). Ler/reagir: