Para não esquecer...

JÚLIO MACHADO VAZ

Dado o estado das nossas estações de televisão e rádio, quando alguém aparece nelas com muita frequência, eu torço o nariz: à partida
(pode ser que à chegada não)
é personagem tanguda.

Não sei que tangas anda Júlio Machado Vaz a vender, à hora do almoço
[vejo-o na tasca onde trinco umas febras e bebo uns tintos, mas, felizmente, não lhe ouço a voz],
em programa da RTP onde alterna, entre outros, com a análise criminalo-psicológico-antropológico-psiquiátrica de crimes hediondos feita por Pinto da Costa e com a análise antropológico-mágica de bruxarias, santidades e tradições feita por um outro fulano de que não sei o nome.

Mas Machado Vaz começou, há muitos anos, a vender tangas na rádio pública. E, pelos vistos ou ouvidos, continua. Estava, há pouco, a arengar -- muito psicanaliticamente -- que
[ao contrário dos homens]
as mulheres erotizam as compras, o acto de comprar
["bem, confessava ele naquela sua voz erótica que acompanha todo o seu perfil sensual, eu devo dizer-lhe que também erotizo; os cds, não, mas os livros, sim: gosto de os cheirar, de lhes mexer..."].
Santo Deus! Em tempos de crise, os gajos que contratam o pessoal para as rádios e tvs públicas não vêem onde se pode poupar dinheiro?!

escrito por ai.valhamedeus [foto de Egidio Santos]

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