Para não esquecer...

hoje é sábado 178. COM JOB, SOB O CÉU DE CALAR ALTO

Como um Deus incompreensível
confundido pela própria argumentação
perguntando: «Onde é que eu ia?»

Como uma pergunta
a que só é possível responder
com novas perguntas.

Como vozes ao longe discutindo:
«alguma vez deste ordens à manhã,
ou indicaste à aurora o seu lugar?»

Como um filme
em que tudo acontecesse
na escuridão do espectador.

Como o clarão da noite única
e vazia abraçando pela cintura
a jovem luz do dia.
[Manuel António Pina]

escrito por Carlos M. E. Lopes

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