Para não esquecer...

EX-CITAÇÕES * 119. a crise (na mouche!)

A crise não é global. Não se sente em alguns dos territórios que frequento. Enquanto escritor sofro com a crise em Portugal, por causa da brutal queda de vendas dos livros. Todavia, no Brasil, onde passo cada vez mais tempo, não existe crise no livro. Há uma multiplicidade de festivais literários, e todos os projectos prosperam. Nunca senti uma energia tão boa.

Em Angola, a situação é confusa. Assiste-se a um crescimento económico, mas com poucos reflexos na vida cultural. É um crescimento torto, que despreza a educação e a cultura. Um crescimento sem futuro.
[José Eduardo Agualusa]

Como elas fazem jeito para fazer regredir direitos e conquistas políticas e sociais. Como fazem jeito para adiar esperanças e esvaziar utopias.
[Mia Couto]

Estamos a regressar aos anos 50, 60. Voltaram os discursos radicais e as vagas de emigração. E a direita impõe-se com força. A crise está aí e terá consequências nefastas, incluindo a perda da liberdade.
[Juan Marsé]

1 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Quanto mais se alimentar a crise, maior será a probabilidade de a dita liberdade, naquilo que é mais importante - expressão, opinião, circulação - sofrer um sério revés. Com todos em constante verborreia sobre a crise e suas consequências, semear-se-á a oportunidade para um pensamento/via autoritária que pela força há-de submeter todos a mesmo padrão.
sem bom senso as crises não se resolvem e ele não abunda por aí.