Para não esquecer...

BALZAC

O Círculo de Leitores, ao que consta também em vias de extinção, publicou, há uns anos, umas quantas biografias. Entre elas, a de Balzac, o pai do realismo.

O Círculo publicou uma biografia de Gaëtan Picon que, segundo a wikipedia, era ensaista e crítico de arte francês.

O texto foge à habitual biografia, antes procura o autor pela obra e pela obra, o autor. Transcreve páginas dos seus inúmeros escritos, fazendo uma correspondência entre tais escritos e o pensamento e a vida de Balzac.

Balzac, como se sabe, viveu 51 anos, escreveu desalmadamente, trabalhava de noite, à luz de velas e à custa de muito café. Quando acabava um livro e depois das provas, restaurava as suas obras aí com umas cinquenta ostras (um vício nacional francês), seis garrafas de vinho branco a que se seguiam dois ou três pratos de carne, um linguado e, ao depois, dez ou quinze peras, uma obcessão do autor da Comédia Humana.

Considerado um clássico, o adjectivo balzaquiano entrou no vocabulário de toda a gente.

Escrevendo freneticamente, é óbvio que apresentava imperfeições e defeitos. Flaubert dizia, cínico, "que homem ele teria sido se soubesse escrever".

Ler Balzac não está na moda. Mas talvez fosse bom voltar a ele.

[Picon, Gaëtan. , Balzac (Balzac par lui-même, Éditions du Seuil, 1956), Círculo de Leitores, Casais de Mem Martins, Rio de Mouro, 2004, 202 p.]

escrito por Carlos M. E. Lopes

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