Para não esquecer...

FAZER PÃO CASEIRO



Com as máquinas elétricas de cozer pão é, hoje, muito fácil obter resultados bastante satisfatórios (na condição de serem observadas as recomendações que, por norma, os manuais incluem e eu me escuso de repetir aqui). O "problema" (haver ou não haver problema depende dos gostos do comedor) de tal pão é o seu formato (a lembrar o pão de fôrma) e tamanho não personalizáveis, bem como a textura do miolo (a lembrar mais a de um bolo).

Ultrapassam-se esses senão, cozendo o pão num forno (eu prefiro o elétrico). Como não entendo grande coisa de tarefas de cozinha e como me dizem que a cozedura do pão é mais científica do que se pensa, tenho andado a fazer experiências: é assim que se deve entender o que escrevo.

Amassar a farinha

Como tenho máquina de fazer pão, sirvo-me do programa "Amassar" para... amassar (mas há, recordo, o processo manual). Gosto das farinhas que o Lidl vende, já preparadas para o pão; mas, como são ligeiramente salgadas para o meu gosto, substituo parte dela por farinha pura (dependendo da mistura, e a gosto: de trigo ou de trigo e centeio).

Preparar a cozedura

No final do programa (na minha máquina Tefal, 1.30h para amassar e levedar), retiro a massa para uma superfície (um pirex ou travessa de ir ao forno) salpicada com farinha (para a massa não pegar) e divido-a de modo a fazer bolas com o tamanho dos pães (a gosto). (nb: se o pão, quando cozido, não ficar solto, experimente untar a superfície com azeite antes de polvilhar com a farinha).
Com uma faca, dou uns golpes nos pães (nas aldeias, traçava-se uma cruz que abrangia o pão todo), para ajudar a massa a crescer, e deixo fermentar mais algum tempo (entre 30 e 45 minutos), tapados com um pano (de preferência, em local quente).

A cozedura

Esta é a fase das maiores indecisões: qual a temperatura correta? e o tempo de cozedura?

Nas últimas experiências, pré-aqueci o forno a 200º (durante 5 minutos, introduzi um recipiente com 200ml de água quente, para aumentar o volume do pão); coloquei o recipiente com as bolas de massa na grelha, colocada a meio da altura do forno, e deixei a cozer durante 40 minutos, utilizando apenas a resistência inferior (se verificar que a côdea do pão não está a seu gosto, ligue a resistência superior durante uns minutos).

(Vá verificando a evolução do processo, tendo o cuidado de manter a temperatura do forno: pode ser necessário mais algum tempo -- ou o pão pode cozer em menos tempo).

Notas finais

  1. Considerando todos os gastos e o trabalho, é possível que este pão não compense economicamente (em relação ao comprado nas padarias); mas tem a vantagem de fazer o pão a seu gosto (a mistura das farinhas, a quantidade de sal,...). Ah! e o prazer de comer pão feito por si.
  2. Experimente (pode ser que se vicie ;-))! E partilhe connosco a sua experiência. 
escrito por ai.valhamedeus

2 comentário(s). Ler/reagir:

vm disse...

Eu, já há anos, que deixo a máquina fazer tudo - e não faz muito mal!
Ficaria talvez melhor se, a meio do processo, conseguisse desenhar as tais cruzes na massa...:-))

Ilda Ribeiro disse...

A minha experiência com o pão começou ainda criança quando semanalmente o forno da cozinha aquecia e o pão era amassado manualmente e "o melhor" havia um pão pequenino (chamado Boleca)que era especialmente me destinado para ficar às minhas dimensões (pequenez). À saída do pão eu deliciava-me com ele quentinho barrado de manteiga!!de semana a semana cumpria se o ritual. Mais tarde já mãe vivi numa vila (agora já cidade) que a um minuto de casa havia uma padaria que fabricava um delicioso pão alentejano e outras iguarias um pouco mais doces e aos sábados (dia em que era permitido ficar em casa quando se queria) lá íamos(eu e filhotas) comprar pão quente e o ritual da manteiga a derreter directamente no pão era repetido sagradamente e nem se pensava no colesterol.....recentemente fiz essa experiência "do fazer o pão" mas foi tipo "fazer figurinha para visitas" fiquei bem no retrato mas não repeti, prefiro mesmo ir comprando dos variadíssimos tipos que por aqui se encontra e que são a maioria deles muito bons(e ainda às vezes sei quando saem do forno e vou na hora - mas com menos frequência, tenho que pensar no colesterol) Pode ser que um dia me vicie nisso de fazer pão mas para já não me seduz! prefiro mesmo comê-lo!