Para não esquecer...

AS DISCOTECAS AD HOC


O Algarve, nos anos sessenta, foi descoberto pelos ingleses e, só depois, pelos portugueses. Inicialmente em Albufeira, depois Portimão, Vilamoura, etc. Mais tarde, no Sotavento.

Os ingleses instalaram-se, desfrutaram do sol, das praias, da comida, criaram os seus núcleos onde não entra gente de má porte

(já o Conde Lippe mandou escrever que para corneteiros deveriam ir os ciganos, algarvios e outra gente de má porte),
desprezam olimpicamente os autóctones, marimbam-se
(o Passos Coelho dirá outra palavra) 
para os seus serviços e  vivem felizes.


Os lisboetas, há uns anos, começaram a pensar da mesma maneira. Ora... se nós é que “animamos” o Algarve, deixamos lá o nosso dinheiro, por que havemos de utilizar as suas coisas? Vai daí, começaram a montar discotecas em lona, com a inefável Maia como relações públicas, a Cinha Jardim a espalhar charme
(e beleza, digo eu que vejo mal). 
Findo o Verão, arrimam a trouxa e zarpam para Lisboa.

Ora isto tem deixado muito zangados os “empresários” algarvios e os nossos deputados, com Mendes Bota à cabeça. Dizem eles
(e aqui com razão) 
que têm de cumprir todas as regras que lhe são impostas
(às vezes, ninguém sabe o que se necessita para abrir uma simples pastelaria, como sucedeu comigo há pouco tempo. Nem câmara nem ASAE sabem o que é necessário para isso), 
mas que essas tendas, essas discotecas improvisadas, abrem de qualquer maneira, nas praias, num qualquer terreno. É óbvio que têm razão. A cartomante Maya lá ia para Manta Rota, a Cinha julgo que para Albufeira e este ano o cunhado do Ronaldo para Vilamoura. É um fartar vilanagem.

Os lisboetas não fizeram mais do que os ingleses já faziam noutros domínios e noutros espaços. E não deve ser por serem ingleses ou lisboetas que devem ser impedidos de exercer a sua actividade. Devem é exercê-la em pé de igualdade com os outros. Só isso.


escrito por Carlos M. E. Lopes

3 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

E o que é isso comparado com a notícia da venda do Pavilhão Atlântico ao genro do sr. Presidente da República, homem impoluto, no dizer de algarvios, legitimamente vaidosos por voltarem a ter um presidente em Belém?
Gabriela

Toino do campo disse...

"Legitimamente vaidosos"?! legitimamente?! eu, se fosse algarvio, escondia-o de toda a gente que soubesse que Cavaco é algarvio...

Anónimo disse...

Ok, ok! Mudo o advérbio: compreensivelmente(ou nem por isso).
Graças ao pai do céu que não sou algarvia; caso contrário seria atingida pela sua "ira". Ainda que legítima.
Há mais algarvios vaidosos por o Cavaco ser algarvio do que se pensa, que lhe digo eu. Faz "ver" aos lisboetas! O resto? Ignoram.