Para não esquecer...

POORTUGAL

escrito por Gabriela Correia, Faro

1 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Embora haja alguns que não sintam
O que já a grande maioria sente
Ao passar fome ou que lhe mintam
Tal como no soneto alguém comente.

SONETO QUASE INÉDITO

Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.

JOSÉ RÉGIO Soneto escrito em 1969