Um silvo Um baque Um cheiro a gasolina[MOURÃO-FERREIRA; David, Obra Poétca, 2º volume, Livraria Bertrand, Amadora, 1980 (?), pág. 149]
Esse que fui e nunca mais retrato
tão à beira do rosto e do regato
onde tudo por fim não se ilumina
Ó deusa Ó cabra Ó mãe Ó assassina
À dúzia tive o lote mais barato
Cada rosto uma ruga no meu fato
cada voz uma ruga uma ruína
E este avião em chamas no deserto
longe tão longe cada vez mais perto
E a gasolina agora já nas veias
Olha o museu de súbito incompleto
Perdeu-se o rasto a quem roubou o feto
O regato esvazia-se às mãos cheias
escrito por Carlos M. E. Lopes
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