Na tal habitação volto a falar-te
Na tal que já eu próprio não conheço
Na tal que mais que tálamo era berço
Na tal em que de noite nunca é tarde
Na tal de que por fim ninguém se evade
Na tal a que sei bem que não regresso
Na tal que umbilical cabe num verso
Na tal sem universo que a iguale
Na tal habitação te vou falando
Na tal como quem joga às escondidas
Na tal a ver se tu me dizes qual
Na tal de que eu herdei só este canto[Mourão-Ferreira, David, Obra Poética, 2º volume, Livraria Bertrand, Lisboa/Amadora, 1980, pág. 88]
Na tal que para sempre está perdida
Na tal em que o natal era Natal
escrito por Carlos M. E. Lopes
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