[cartoon de António, no Expresso de 28 de Agosto de 1999]
Um dos destaques maiores do Expresso de 28 de Agosto de 1999 foi Timor (a violência da Indonésia, o referendo,...). Ramos-Horta escreveu: "O grande teste da capacidade do povo de Timor-Leste de constituir um estado livre e soberano está em mostrar que é humilde e tolerante. No dia da vitória saberá cada um respeitar os símbolos da República da Indonésia",
- ....e João Soares. Em entrevista, o filho de Mário Soares mostra-se preparado e disponível para todos os cargos, incluindo uma candidatura à Presidência da República (nunca foi. será desta? será o próximo candidato do PS?)
- ...e as touradas de morte em Barrancos. O diretor do jornal condena o ministro Jorge Coelho, o qual justifica a não utilização da força pela GNR com a ideia de que "em democracia, só a vida humana é um valor quase absoluto, que apenas pode ser sacrificado para defesa de valores de igual natureza".
Sobre elas, publicam-se textos de Manuel Monteiro, Alberto Matos,... E o já referido João Soares defendia que, não sendo, por um lado, a favor das touradas de morte, por outro, "os barranquenhos devem ser fiéis às suas tradições".
Em artigo de opinião, João Carlos Espada escreve que "Em vez de nos preocuparmos com a morte dos touros, talvez pudéssemos dar mais atenção à vida e à educação das crianças".
Até o padre de Barrancos entra na luta: "Acabar com as touradas barranquenhas é cortar a identidade deste povo". - ...com a aproximação das legislativas, o PSD de Durão Barroso prometia... mundos e fundos. Apropriando-se da ex-"paixão pela educação" de Guterres -- incluía no seu programa, por exemplo, o Inglês como disciplina obrigatória desde o terceiro ano da "escola primária". Ou "cinco medidas emblemáticas, com caráter de urgência e prioridade", entre as quais, uma descida global de 10% no IRS e aumento das pensões mínima e social para um mínimo de 40 contos.
Perguntado pelos custos da descida do IRS (por razões "de justiça fiscal"), Durão Barroso gaguejou (como tinha gaguejado, noutros tempos, Guterres): "Não tenho aqui neste momento o custo total dessa medida"; "Quando não tenho um número não o invento".
As medidas enervaram o governo e foram alvo de ataque cerrado do PS. O próprio Paulo Portas atacaria (ao jeito de quando não é governo): "Durão Barroso é como a 'onda do Algarve'. Parece que é mas não é". - ...uma das citações da coluna "Frases" anteciparia uma imagem que, uns anos depois, daria barulho, noutro contexto. É do mesmo Paulo Portas: "Nós somos a formiguinha trabalhadora enquanto as cigarras do bloco central descansam".
- ...do editorial de José António Saraiva: "[...]a sedução da política não pode residir no dinheiro. / Não será por pagar mais que o país terá melhores políticos. É uma ilusão pensar assim. / A motivação dos políticos será sempre uma mistura do gosto pelo poder com as convicções, ou seja, da consciência da força que o poder transmite com a oportunidade de pôr em prática aquilo em que se acredita. / É esta a receita que faz os bons políticos. / A tentação do dinheiro, a ambição de um ordenado, por melhor que seja, nunca fará um bom deputado nem um bom governante".
escrito por ai.valhamedeus
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