Para não esquecer...

O PALHAÇO DE SOUSA TAVARES

Não é segredo, para quem me leia, que não morro de amores pelo sr Miguel Sousa Tavares. Bem pelo contrário.


Apesar disso, não posso senão estar de acordo com a decisão da PGR de mandar arquivar o inquérito contra ele por ter chamado "palhaço" a Cavaco. Na realidade, não estava em causa qualquer ofensa à presidência da república, mas apenas uma opinião sobre o desempenho do dito.

Uma opinião com que se pode concordar ou de que se pode discordar. Lamento (para mim próprio) ter de estar de acordo, mesmo sendo apenas uma vez, com o sr Miguel: Cavaco é, de facto, um palhaço, no sentido mais pejorativo do termo -- e sem qualquer ofensa para os palhaços no sentido mais positivo do termo.

escrito por ai.valhamedeus

12 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Com certeza que sim... como para tantos que o conhecem a si ou ao sr Miguel (e pelos vistos em relação ao sr Miguel, até você pensa o mesmo - quando lhe convém é claro...) vocês são uns grandes palhaços, ou uns grandes qualquer coisa...
Todos vocês são democratas de quatro costados, mas quando alguém que por acaso até é eleito democraticamente por diversas vezes como foi o dito palhaço Cavaco, aqui del rei que não faz a vontade à maioria...
dizerem-se democratas e criticarem o exercício da democracia não lhes fica bem, ou então disfarça apenas aquilo que é comum em certos portugueses - a inveja. os vossos candidatos foram a votos e levaram uma banhada... pelo menos parece-me a mim que nem sequer voto nestes nem em outros senhores.

Ai meu Deus disse...

Caro/a anónimo/a,

dou-lhe os parabéns. Para saber (pela parte que me toca) quais foram (são?) os meus convidados, é preciso grande poder de adivinhação (capacidade muito louvável) ou muito bons informadores (capacidade muito onerosa). Em qualquer dos casos, está de parabéns.

Ai meu Deus disse...

Em lugar de "os meus convidados" queria escrever "os meus candidatos". Isto de escrever em tablets tem os seus problemas -- às vezes, tentam adivinhar o que a gente quer dizer... e não acertam.

Peço desculpa pela gralha -- vou aconselhar o meu tablet a contratar os serviços de informação do/a anónimo/a, pelos vistos, mais informados sobre mim. ;-)

Anónimo disse...

Acho que faz muito bem, Ai. meu Deus. Andam aqui uns anónimos que só escrevem o que escrevem por isso mesmo, por serem anónimos. Mas por outro lado, até lêem com atenção o que os, "falsos democratas" escrevem.
Por falar em "divina Democracia",(este anónimo revela conhecimentos- não quer dizer que tenha lido o livro) o Hitler também foi eleito democraticamente, ó anónimo/a! Os Portugueses não têm o privilégio de serem os únicos a acreditar em "falinhas mansas e promessas".
Gostei da sua resposta, Ai.meu Deus: com luva de pelica. Nem outra coisa seria de esperar de um "falso democrata"...
Zé do Boné

Anónimo disse...

Mas há algum problema em saber quem você é? Claro que sei e em quem vota e os candidatos que apoia. mas não é isso que me interessa.
é que neste espaço escrevem pessoas com quem eu discordo em absoluto politicamente, mas que lhes reconheço a inteligência e a razão de ser dos argumentos. aliás estando nos antípodas das vossas escolhas políticas partilho convosco a ideia de uma sociedade mais igual e solidária, mas discordo em absoluto de vocês porque não penso que isso seja possível, nem ontem, nem hoje, nem amanhã.
Eu sou mais pelo Hobbes, acho que o que move o mundo é o egoísmo, o amor próprio, "o homem lobo do homem". Infelizmente todo ou quase todo o progresso se deve ao egoísmo. Contra factos, não há argumentos.
infelizmente os indivíduos só são solidários nas grandes desgraças, no dia a dia são individualistas. toda a história humana assim o documenta.

Ai meu Deus disse...

Caro/a anónimo/a,

supondo que se dirige a mim -- não há, pacificamente!, problema, absolutamente nenhum!, em saber "quem eu sou". A "pessoa física" ou o "cidadão", muitos leitores do Ai Jesus! sabem quem é. E, já agora (e porque pode interessar a outros leitores)... o "Ai meu Deus" não pretende esconder o que quer que seja; vários motivos o justificam, além deste: escrevo em mais do que um blogue e pretendo, na perspetiva do tipo de escrita, "não ser o mesmo" em todos eles. Se não parecesse pretensiosismo da minha parte, a ideia, colhi-a nos heterónimos de um tal Fernando, poeta que usava óculos...

O que lhe gabei (dizendo-o de outro modo) foi o facto de fazer parte de um grupo, em constituição há bué de anos e cujos membros vão crescendo em número com uma frequência (agora, para mim, já não) surpreendente. É o grupo das pessoas que, sobre mim, sabem mais do que eu. Por exemplo, os meus candidatos: eu só sei os que não são, mas (mais do que surpreso) fico contente por haver quem saiba quais são os que são.

Anónimo disse...

o que me leva a ler as pessoas não é o seu ideário político que não me interessa para nada, mas sim a inteligência com que expõem os argumentos, a abertura que mostram á opinião diferente, a cultura que mostram possuir e sobretudo aa dose de ironia que colocam naquilo que escrevem. o resto é para entreter o povo esse que vocês apregoam que unido jamais será vencido e que eu digo que entre nós, em processos democráticos, nunca foi servido pelos políticos como era obrigação destes - um dos significados mais puros da política é o de serviço, não de se servirem principalmente dos impostos de um povo na miséria para fazerem a sua vidinha, brincarem às eleições e estender as mãos à ajuda alheia, clamando logo a seguir por perdões. Não há coisa pior do que ser pedinte e é em pedintes que os nossos políticos da democracia - repito de todos os quadrantes e ideologias - nos tornaram. o povo pode continuar unido para lutar, mas tem que perceber que só o trabalho traz dinheiro e só este nos liberta daqueles que vocês consideram agiotas, mas que no dia em que fecharem a torneira o dito estado social colapsa por completo... esta política não me interessa.
escrevia há tempos alguém por aqui que admirava o tal Pessoa de óculos e que destacava um tal Saramago, dois portugueses do século XX do maior que há no mundo - dois portugueses de ideologias radicalmente diferente e que o mundo os admira não por essa tal ideologia tacanha de cada um, que me atrevo a dizer, é desconhecida quase em absoluto, mas pela universalidade das obras.
é isto que eu vejo um pouco na vossa escrita: um empenho político que não me interessa para nada e uma formação intelectual e cultural de abertura que diga-se é raro encontrar no mundo virtual.

Ai meu Deus disse...

Caro/a anónimo/a,

Supondo ser autor/a de outros comentários do género deste último... os seus textos têm em comum duas características (digo eu):
a) "atiram ao lado" com uma frequência que impressiona (seja qual for o assunto, lá vêm as ideias do costume);
b) são feitos de contradições (no mínimo, incongruências), sempre as mesmas.
O problema (se problema há) é ver as árvores sem ver a floresta -- de outro modo: ver a água (ou a falta dela) sem ver os "deuses" que a mandam (ou não). Em termos menos "imagísticos" -- sem ver o sistema, dizendo desprezar os mandadores dele, mas reproduzindo-lhes o discurso de um modo que também impressiona pela falta de espírito crítico.

Seja apenas o exemplo, no último comentário, do (habitual) louvor ao trabalho -- que apregoa tal como o fazem os tais que diz desprezar, parecendo mesmo ter aprendido muito bem a "lição" dos criadores de Auschwitz.

Espero que uma minha familiar muito próxima não o leia na minha presença, para não ter que ouvir os nomes que ela lhe chamará. Nem quero imaginar os impropérios que lhe sairão da boca, quando ler que "só o trabalho traz dinheiro e só este nos liberta [dos] agiotas".

Licenciada, faz trabalho de licenciada pago a cerca de 3,90€ a hora. E aproveita (quase mendiga) todas as horinhas que os patrões lhe arranjam, mesmo que lhe estraguem todos os planos pessoais. Porque, para conseguir, no final do mês, o dinheiro suficiente para uma vida minimamente digna... faça-lhe as contas!...

...e, se pensar que, se refiro esta situação, não é por ser a de uma minha familiar, mas por ser a de milhares de outras pessoas -- se pensar nisso, pense mais se não será asneira o que vai escrever, antes de o escrever.

É verdade que quanto mais trabalho houver, mais "dinheiro" há. É só olhar para exemplos tão tristes como os a China ou de outros países asiáticos. É do trabalho que vem tudo?! como diria a outra, "Vão-se foder!

Qual é o problema (se problema existe. E existe!)? é pensar-se que isto é "ideologia tacanha" ou "ideário político", entendendo-se por tais expressões algo próximo de "merda". É que (sobretudo) quando a merda nos está próxima e nos cheira ainda mais mal e se percebe que o discurso oficial é uma grande treta, percebe-se então também que não há problema em que se "fechem as torneiras" que refere. O grosso volume do que essas torneiras jorram não jorra nem para o chamado estado social nem para onde outros sítios do género; antes de escrever, procure saber o destino principal desse dinheiro (que vem dos que "nos deitam a mão"?!) cujos juros nós pagamos -- incluindo aquele dinheiro que vai a juros de uva mijona para os bancos, para depois sair sabe Deus (e nós também) a que preço...

(...e cansei. Juro que não volto a perder tempo com "isto". Abra os olhos, se entender que os tem fechados; caso contrário,...)

Ai meu Deus disse...

...só um esclarecimento: a expressão, pouco feliz, "os olhos fechados" e a frase "abra os olhos", também não muito feliz, podem levar a equívocos.

O que quis dizer com elas foi que entendo que o/a anónimo/a "não vê" (daí a expressão "olhos fechados") que, negando o discurso oficial, o está a repetir.

Longe de mim supor o que nunca supus: que quem não concorda comigo está "de olhos fechados".

Anónimo disse...

Pois tem razão. principalmente para olhos que, apesar de fechados, vêm três ou quatro países na penúria extrema - onde está Portugal - e os outros do euro e da europa, exactamente com a mesma crise internacional, apesar de tudo, lá se vão aguentando, sem necessidade de estender a mão à caridade, fruto do trabalho próprio e do dinheirito que rende... e os olhos fechados veêm os magotes de portugueses desempregados que emigram dirigir-se para lá e tentar refazer a vida com salários dignos e pelo que nos mostram exemplos na primeira pessoa, como enfermeiro/as que por cá ganham os tais 3€ à hora, mas que por lá - mesmo na Irlanda intervencionada - auferem salários ao nível dos médicos por cá.
Pode ser um mal dos olhos, não nego, mas como desde há muito sei de cor a Impressão Digital do Gedeão... "Os meus olhos são uns olhos / e é com esses olhos uns / que eu vejo no mundo escolhos / onde outros com outros olhos / não vêm escolhos nenhuns...". Podia continuar até ao fim, mas não vale a pena, tanto mais que tenho a certeza que você também o sabe de cor, no todo ou em parte... cada um vê aquilo que quer com os olhos que tem.

Ai meu Deus disse...

(quebrando a minha jura de não voltar a "isto"... ;-))

Espero, caro/ anónimo/a, que os seus olhos, apesar de fechados, vejam ;-) que a sua tendência para atirar ao lado é (ao que tudo indica) incorrigível. ;-)))

1. Defendi, no início, que a crítica de Sousa Tavares não foi à presidência da república, mas a Cavaco. Respondeu-me (repetindo o discurso dos governantes que diz desprezar) que a salvação do país está no trabalho. Ao lado! ;-)

2. Alinhando consigo, demonstrei (ou tentei demonstrar) que essa tese estava errada. Responde-me (repetindo o discurso dos governantes que diz desprezar) que a salvação do país está na emigração. Não lhe vou recordar que os euros não são iguais (não têm o mesmo valor) em todos os países do euro; nem sequer que a emigração a sério, que refere, não é para nenhum dos países "na penúria"; muito menos que a emigração só pode ser um direito, jamais um dever.
Limito-me simplesmente a recordar-lhe que, se a salvação fosse a emigração, estaríamos salvos há muito tempo. Não precisamos de recuar até aos tempos da Expansão; nem mesmo aos da emigração para o Brasil. Basta recuar até meados do século passado.

nota final: o argumento da autoridade é perigoso, por facilmente resvalar para a falácia. No caso do poema que evoca (e que conheço, sim!), aplicado ao que estamos a discutir, Gedeão não tem razão (não sei mesmo se terá razão nalguma circunstância -- mas isso seria outra discussão). Peço-lhe que me dispense a justificação e lhe peça a maçada de a ler (interessando-lhe) neste texto, com que concordo inteiramente:

http://omeubau.net/ser-aparecer/

Anónimo disse...

Não é só nos argumentos, embrulhados, diga-se, que este/a anónimo/a "atira ao lado". É também no verbo ver, que confunde com o verbo vir. O que me leva a crer que ele/a tenha mesmo problemas de visão. E não me refiro ao facto de o /a anónimo/a poder até usar óculos. Tenho muito respeito pelos pitosgas, já que eu também o sou.
Mas tenha dó! Faça lá justiça ao Rómulo de Carvalho e cite-o com correcção, meu /minha caro/a anónimo/a!
E, ou eu me engano muito, ou o Ai meu Deus vai ter de quebrar a jura mais vezes.
Zé do Telhado