Para não esquecer...

EX-CITAÇÕES * 134. envelhecer

Depois dos noventa as pessoas já não envelhecem como depois dos cinquenta ou sessenta. Envelhecem sem ressentimento. O rosto de Nini estava enrugado e rosado -- as matérias muito nobres envelhecem assim, como as sedas de centenas de anos em que uma família teceu toda a sua habilidade manual e os seus sonhos.

[Sándor Márai. As velas ardem até ao fim. Alfragide: D. Quixote, 24ª ed., 2012, p. 13]

escrito por ai.valhamedeus

5 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Envelhecer é uma porcaria. Isso fica bem revelado nesta narrativa.
Só há uma idade que de facto vale a pena ser vivida - é a juventude. toda a conversa em torno do envelhecimento e daquilo que se ganha em relação ao que se perde é uma perda de tempo.
envelhecer só não era mau no sentido financeiro, agora já nem isso compensa.
o que eu tenho, tal como o Marai e tantos outros lúcidos é inveja da juventude - a única inveja que vale a pena.

Anónimo disse...

Mesmo agora, que eles não têm emprego?
Zé do Telhado

Anónimo disse...

Mas olhe que não parece. basta passar pelas zonas de movida nocturna em todas as cidades do país para constactar que há muito dinheiro no bolso dos jovens.

teresa cordeiro disse...

É um bocado desgraçado estar a falar assim a propósito de um livro tão belo. Ainda bem que o Carlos se lembrou de falar sobre ele. Também acho que é um livro fácil de gostar. Porque nos encontramos com facilidade nos seus registos e reflexões. Afinal fala de amor e amizade e não na tal velhice. Bom, parece até que não trata muito bem as mulheres, mas isso será apenas na aparência (Exemplificando: "sabia algo mais que é raro num carácter feminino: conhecia a responsabilidade dos seus próprios valores humanos", p. 129, 13.ª ed.).
Obrigada Carlos pela tua ideia. Lembrei-me de deixar uma parte do texto que me prendeu quando li há uns anos: "Uma pessoa prepara-se para alguma coisa durante uma vida inteira. Primeiro sente-se ofendido. Depois quer vingança. A seguir, fica à espera", p. 17, 13.ª ed.).

teresa cordeiro

Anónimo disse...

Esses são os filhinhos do papá, que não tiveram cortes, nem sabem o significado da palavra "crise".
Esses passeiam-se em descapotáveis pelas artérias de Lisboa, e outras. E cada vez mais novos! O que me fez ficar irado, foi o desplante de uma notícia num dos canais nacionais, creio: os descapotáveis estão na moda.
Quem lhes desse com um trapo molhado nas ventas...
Zé do Telhado, Irado