Para não esquecer...

PLATERO E EU

Moguer, mesmo ao lado de Huelva, viu nascer, em 1885, Juan Ramón Jimenez. Este lembrou-se de contar as sua aventuras e desventuras com o seu burro Platero (uma espécie ou subespécie de burros. “Platero é pequeno, peludo, suave, tão macio, que dir-se-ia todo de algodão, que não tem ossos…”). Pequeníssimas histórias, de quinze a vinte e cinco linhas, independentes umas das outras que podem convencer todos aqueles que têm dificuldade em ler calhamaços de 1000 páginas, como As Luzes de Leonor da Teresa Horta. Observações, postais ilustrados contados por um poeta que nos chama a atenção para a Andaluzia, aqui tão perto e tão parecida a nós. Os pardais, as andorinhas, a amizade, a Primavera, os ciganos, tudo é sujeito à observação sensível do autor e poeta que acabou por vencer o Nobel da Literatura em 1956, e veio a falecer em Porto Rico em 1958.

Em Retorno, Jiménez diz que a torre da igreja de Moguer “parecia, de cerca, como una Giralda vista de lejos”. Um livro sublime.

Moguer merece ser visitada (não com mais de 40º ao sol como eu fui há dias) e, se lá comer, vá ao El Lobito, já não com encanto da teias de aranha de outrora (a ASAE deve ter passado por lá), mas vale a pena.

No mercado português há, que eu conheça, duas publicações de Platero e eu. Uma tradução de José Bento (o nosso melhor tradutor do castelhano) nos Livros do Brasil e outra da Cotovia (que não possuo). Indico uma em castelhano que tem a particularidade de ser uma versão com mais textos do que a versão portuguesa indicada. Ambas as edições andam entre os 9 euros e os 7 euros. Não pensem em pedir o livro na Book-it em Tavira. Nunca mais terão o livro. Fiz isso duas vezes e fiquei curado. Boas leituras.

escrito por Carlos M. E. Lopes

1 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Já li o livro.Aconselho a sua leitura aos amantes das touradas. Curavam-se logo.
Gabriela