Para não esquecer...

hoje é sábado 247. CHAMO-TE

Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.
 
Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.
 
Há muitas coisas que não quero ver. 
Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobre a Terra
Em Primavera feroz precipitado.
[Andresen, Sophia de Mello Breyner, Obra Poética (Coral), Editorial Caminho, Lisboa, 2ªedição, 1991, pág. 188]

escrito por Carlos M. E. Lopes

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