Para não esquecer...

LEIT(e)URAS [48] a mãe


Há um livro que me marcou sobremaneira. Foi A Mãe, de Máximo Gorki. A edição era da Início (verifico agora. Pensava que era da Inova) e nessa editora, do autor, foram publicados Infância, Adolescência e Minhas Universidades.

Mas o livro, o primeiro exemplar da literatura considerada do realismo socialista, foi uma inspiração e um modelo.

Pavel é um jovem operário que se revolta pela vida de miséria e exploração que leva. A mãe, Pelágia, camponesa, ignorante, supersticiosa, vai, lentamente, integrando-se na luta do seu filho e passa a constituir um pilar firme e exemplar na luta que se trava contra a opressão.

Quem leu este livro, sobretudo no tempo em que o li, antes do 25 de Abril, dificilmente o vai esquecer.

A edição que li é aquela cuja capa reproduzo. Perdi-a. Comprei outra, da Caminho, (e ofereceram-me outra… tenho várias). Nunca mais o li. Guardo o sabor que me deixou na altura e temo perdê-lo.

Máximo Gorki (pseudónimo de Aleksei Maksimovich Peshkov) é um escritor russo do princípio do séc. XX. Perseguido pelo regime, acaba por ir para os Estados Unidos, onde também é perseguido pelo regime russo, acabando por passar algum tempo em Capri, Itália. Aí recebeu a visita, entre outros, de Lénine. Consta que este, face à insistência de Gorki em fazer política (aí ou já em Moscovo?), lhe terá dito “escreve livros, não te metas em política…”. O nosso Embaixador Marcelo Mathias (um caso sério de elegância na escrita) escreve (ficciona) sobre esses encontros entre Lenine e Gorki em Encontro em Capri.

escrito por Carlos M. E. Lopes

1 comentário(s). Ler/reagir:

Anónimo disse...

Tal qual eu: li-o aos 18 anos acabados de fazer, já na Faculdade. Antes do 25 de Abril. O impacto foi tão grande que ainda hoje o sinto, sobretudo com a notícia, mais uma vez, do roubo nas reformas; mais um: quantos roubos já lhe aconteceram, à minha reforma, concretamente? Este será o 4º, pois, segundo o Público, as reformas obtidas depois de 2005 também vão sofrer cortes, de outra natureza, mas cortes. APRe, que estamos fartos! E a dívida a aumentar...
Gabriela