Para não esquecer...

irreal quotidiano 17. MEDICINA PRIVADA

Circula na Net um desenho, daqueles toscos, apenas como ilustração do texto da anedota, de dois médicos operadores, num qualquer hospital ou clínica privada. O texto é um pequeno diálogo sobre a triste situação deste cada vez mais minúsculo rectângulo, debruçado, ou antes, encolhido com medo de cair ao mar e afundar-se.

-- Este doente tem de ser operado imediatamente! -- diz um deles

-- Porquê? O que é que ele tem?

-- Dinheiro, muito dinheiro.

Só que esta anedota deixou de ser um prognóstico dos tempos que se avizinham. É já a realidade! Ontem, no hospital de Faro, uma senhora apresentou-se nas Urgências, em desespero: precisava de colocar um pacemaker. Como lhe teriam dito os profissionais de uma clínica privada. E ela não tinha os 8000 euros para pagar esse “luxo”.

Porém, ao que parece, nenhum dos médicos das Urgências, nem o próprio especialista conseguiram detectar qualquer motivo para tão drástico tratamento!

E não é preciso pôr mais na carta, como dizia a minha Avó. Que era sábia e não precisava do fim do jogo para fazer os seus prognósticos.

escrito por Gabriela Correia, Faro [a 24 de Novembro (dia de anos de uma das minhas 5 irmãs) de 2013]

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