André Schiffrin era um editor americano
(melhor, um editor na América. Ele nasceu em França)filho do criador da Plêiade
(só isso lhe daria direito ao Panteão do Livro),escreveu O negócio dos livros, publicado em Portugal pela Letra Livre
[André Schiffrin, O negócio dos Livros, Letra Livre, Lisboa, 2013].Nele procura e denuncia a força dos grandes editores e o interesse único no lucro, sem olhar à qualidade ou à natureza dos livros. Certamente essa pressão será mais forte na América, apesar de, como me dizia uma livreira suíça, a América seja Nova Iorque e pouco mais. E isto porque eu dizia que na América se tinham publicado 70 mil livros num ano, o que, comparado com Portugal, cerca de 15 mil, era pouco
(ainda que, segundo Schiffrin, se tenham vendido em 98 2,5 mil milhões de livros!).Schiffrin está indignado com a falta de sensibilidade dos editores e porque os mesmos “afunilam” a procura para livros de êxito fácil, estando-se borrifando para a qualidade, antes procurando o lucro a todo o custo. E em Portugal? O mesmo. Só quero aqui recordar o que o patrão da Leya disse uma vez (cito de cor):
“não gosto de livros, gosto é de automóveis”.Paes do Amaral não disse isto por gozo, disse isto porque corresponde ao seu pensamento. A “guerra” das editoras (Leya e Porto Editora) é a guerra dos livros escolares, a guerra de 200 milhões do mercado do livro escolar. Nada mais. O resto é para dar sainete. É de censurar? It´s the business, stupid!
Este livro tem um introito de Vítor Silva Tavares (da &etc) que vale a pena ler.
escrito por Carlos M. E. Lopes
0 comentário(s). Ler/reagir:
Enviar um comentário