Nesta luta acesa entre os acordistas e os anti-acordistas
(a fogueira está a desacender, à medida que nos afastamos de datas como a entrada em vigor definitivo do dito),há algumas conclusões que eu, polemicamente, tiro. Por exemplo,
- os anti-acordistas são mais aguerridos do que os acordistas;
- os anti-acordistas são mais incendiários do que os acordistas. Os argumentos que esgrimem, com frequência, balanceiam-se entre a ignorância arrogante (o caso do conhecido juiz cagado de fato malcheiroso é apenas o mais mediático) e os clamores emotivamente sonoramente ampliados.
Uma geração de apátridas da língua, todos muito destros em declamar que a “a nossa pátria é a língua portuguesa”, minimizam a nossa identidade e a nossa liberdade. É como se estivéssemos condenados a escrever como se urrássemos em vez de falar."[...] como se estivéssemos condenados a escrever como se urrássemos em vez de falar"?! valha-o deus!
escrito por ai.valhamedeus
5 comentário(s). Ler/reagir:
Não "urramos" ... antes defendemos a evolução da língua, que sendo património é fator de identidade e, também por isso mesmo, elemento integrador dessa mesma evolução!
Não queremos o orgulhosamente sós, porque foi penoso e se permitiu anos de língua imaculada (na perspetiva de alguns!!!), afastou-nos do resto do mundo! Somos portugueses com ou sem acordo - mas temos que nos preocupar, para não nos configurarmos como "urros" com outras questões!!!! Não é aqui que reside o perigo da identidade nacional!!!!!
Não, não é aqui que reside o perigo da identidade nacional. Mas é aqui que reside o perigo da identidade da língua, e a causa dos erros cada vez em maior número, cometidos por um cada vez maior número de pessoas.
Pois eu prefiro uma língua imaculada, a uma língua maculada com toda a casta de excessos. Mascarados de "evolução". É que o acordo é ortográfico e não lexical nem de estrutura frásica.
Custa -me muito ouvir jovens licenciados portugueses a dizerem: acho que consegue-se, poderá me dizer, que realizou-se e outras pérolas. Para já não falar das legendas brasileiras de quase todos os filmes e vídeos que inundam o mercado. Fomos efectivamente colonizados, até na língua.
É que, sabe, às vezes mais vale estar-se orgulhosamente só.
Quanto ao dito "acordo", faça uma lista das palavras que se escreviam da mesma maneira em ambos os lados do Atlântico, e como se escrevem agora, e verá onde está o "acordo". Exemplos: excepcional, recepção, etc. etc.
Não somos nós que lucramos com este famigerado (des)acordo. Quem terá sido? Acho que já vimos quem! A tal identidadezinha nacional, viu?
Zé do Boné (anti _ acordista) convicto e documentado.
E não me emendem por favor a ortografia. Não é agora, ao cabo de tantos anos sem errar que vou aceitar as regras de uns iluminados da língua. Como dizia um amigo meu, "agora que o acordo é imposto, eu que era a favor do novo, só me apetece escrever no velho. E só não escrevo farmácia com ph porque já aprendi a escrever com f".
Pois é, acordos há e houve muitos; mau como este houve poucos
Permita-me que refira, também, algumas questões em torno do seu comentário - os jovens portugueses não escreverão melhor nem pior com o novo acordo ortográfico (de forma distinta, se alguma vez formos competentes suficientes para ultrapassarmos esses outros perigos de contaminação e empobrecimento que resultam da falta de cultura geral e gosto pelo saber!). Aliás nem este argumento me parece, a meu ver, sustentação para as imbecilidades que dizem e escrevem - nem podia, afinal cresceram na clareza ortográfica! Pessoalmente "o orgulhosamente só" foi, é e será sempre redutor - não permite abrir horizontes. Acresce o facto de continuar a defender que o património linguístico é também elemento de evolução - nem é tanto e apenas uma questão de uma ou outra grafia, mas antes a consciência de uma permanente atualização. E permita-me também que volte a reiterar o facto de não considerar que haja perda de identidade nacional - essa será uma questão bem mais lata - mas andamos entretidos e parece-me que não queremos ver!
Um dos argumentos mais utilizados contra o acordo é, de facto, a identidade da língua associada à identidade nacional. Para lhe fazer companhia, junta-se-lhe a "identidade etimológica"...
...tudo como se todas estas entidades fossem naturezas mortas -- ou, se se preferir, imortais. Esquece-se (ou ignora-se) a evolução da língua falada e da ortografia. Pela proximidade ao étimo, deveria escrever-se "persoa", mesmo dizendo-se "pessoa" -- porque deriva de "persona".
Quando se pensa nisto, encontram-se exemplos aos pontapés. Só mais este: "peçonha" derivou do latim "potione-" (bebida, ato de beber, beberagem,...). De onde derivou também "poção". Na lógica dos defensores da proximidade etimológica, por que razão não se há de escrever "poçonha"? A seu favor (ou não), têm o facto de já se ter escrito assim.
Então, D. Meneses! (estou a ser machista e reaccionário)
O novo acordo ortográfico vai fazer-nos sair do isolamento?
Parece os formadores dos jovens dos call-centres dos MEOS e quejandos, a pensar que o país evoluirá e se irá igualar aos EU (credo, cruzes, canhoto!)pelo simples facto de desatarem a tratar-nos a todos pelo nome próprio! E às mulheres por Maria. Por ser o primeiro nome, dizem eles. Coitaditos!
Como a maior parte delas é Maria, antes do nome que os pais delas lhe puseram , já vê!
É o país das Marias. Como pensavam os autóctones dos países da imigração.
Como vê, não nos livramos dos estereótipos, nem da imigração, nem do AO.
Reaccionário,eu ? Valha-a Deus! Só se for pela minha reacção visceral a ESTE acordo. Pior do que urticária
Zé do Boné
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