Vamos vendo os amigos cada vez mais longe,[Carvalho, Armando Silva, A sombra do Mar, Assírio & Alvim, s/l, 2015, pág. 48]
muitas vezes de costas,
a sacudir o espaço dos seus tempos como se entrassem
no mundo pela primeira vez.
São pequenas formações quase desumanas
que às vezes se reconhecem
disformes quase sempre sós e aos pés oculto de todos
corre um rio.
Um rio que nos vai confundindo a vida
e a memória
Que percorre os lugares do júbilo como uma água
aflita e sem regresso.
Quando os olho por dentro no começo da tarde
os amigos cintilam como corpos estranhos
entre os nossos desastres bebemos o anoitecer
e adormeceríamos juntos se soubéssemos.
escrito por Carlos M. E. Lopes
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