Tenho estado a ler um livro que me foi sugerido por uma empregada da FNAC. E nas primeiras 50 páginas aparece-me uma informação que ignorava de todo.
Toda a gente tem falado do Rendimento Mínimo Garantido. E até se brinca com a “coisa”, lê-se “eu pago impostos, Segurança Social para uma série de malandros andarem na boa vida, a não pagarem nada e ainda receberem um subsídio do Estado”. Tenho uma amiga brasileira que, a propósito do Rendimento Mínimo, dizia que o “Lula não acabou com os pobres, criou vagabundos”. E atrás destas tiradas lá vêm os ciganos, os pretos, os imigrantes…
Pois, meus caros, sabem que houve um Presidente nos Estados Unidos que tentou aprovar uma lei que garantisse um rendimento mínimo para erradicar a pobreza? Todos pensarão que teria sido Kennedy, ou Carter ou Clinton. Frio! O presidente que tentou aprovar essa lei foi… Nixon! Nixon conseguiu aprovar tal lei no Senado, mas a mesma foi chumbada na Câmara dos Representantes pelos… Democratas! Bom, estes queriam mais. A coisa andou de um lado para o outro, até ser abandonada definitivamente. Reagan terá gracejado, um gracejo de alarve: ”Nos anos sessenta, declarámos guerra à pobreza, e a pobreza venceu”.
Mas o autor do livro que venho seguindo diz o seguinte:
"erradicar a pobreza nos Estados Unidos custaria apenas 175 mil milhões de dólares, menos de 1% do PIB. É sensivelmente um quarto da despesa militar norte-americana. Ganhar a guerra contra a pobreza seria uma pechincha quando comparada com as guerras no Afeganistão e no Iraque, que um estudo de Harvard estimou terem custado uns desconcertantes 4 a 6 biliões de dólares. Na realidade, há anos que todos os países desenvolvidos do mundo tinham meios para acabar com a pobreza”.Livro interessante de um autor belga.
[Rutger Bregman, Utopia para Realistas, Bertrand Editora, Lisboa, 2018]
escrito por Carlos M. E. Lopes
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