A SANTO ANDRÉ, APÓSTOLO
Se o padecer com amor
Pode dar tanto deleite,
- que gozo não dará ver-te?
Que será quando nós virmos
a eterna Majestade,
pois ao ver André a cruz
se pôde tanto alegrar?
Oh que não pode faltar
no sofrimento deleite!
Que gozo nos dará ver-te?
O amor, quando encendido,
Nunca deixa de atuar,
Nem o forte de lutar
Por amor do seu querido.
Com isto a terá vencido,
querendo que em tudo acerte:
Que gozo não dará ver-te?
Se todos temem a morte,
- como te é doce o morrer?
- Oh que vou para viver
na mais exaltada sorte!
Oh Deus, que com a tua morte
ao fraco fizeste forte!
Que gozo não dará ver-te?
Oh cruz, madeiro preciso,
cheio de alta majestade!
Pois, sendo de desprezar,
Tomaste a Deus por Esposo.
A ti venho jubiloso,
sem que mereça querer-te:
Gozo imenso é pra mim ver-te!
[Ávila, Santa Teresa de. Seta de Fogo, Assírio & Alvim, Lisboa, 2010, p. 87-89.]
escrito por Carlos M. E. Lopes
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