Para não esquecer...

A ALIMENTAÇÃO E A CARNE

 

Só para se ter uma ideia... Este livro, escrito por um médico espanhol, trata da alimentação. Lido há dez anos, o facto de uma amiga ter posto em causa o mal com que a carne era vista, aqui vai um excerto:

[…] Desde o princípio, as religiões foram conscientes da influência que a alimentação exercia na conduta dos homens e consequentemente, deduziram que não seria possível dirigir o comportamento dos seus fiéis sem controlar previamente a sua comida. Intuíram também que o esbanjamento e a sensualidade à mesa seriam terríveis inimigos capazes de bloquear o caminho espiritual. E, claro está, uma vez aberta a caixa das suspeitas não cessaram de aparecer novas “descobertas” e apreciações. Assim, as hierarquias religiosas observaram que cada grupo de alimentos, segundo a sua procedência ou natureza, podia suscitar condutas diferentes nos comensais; ou de outra maneira, numa expressão mais direta e coloquial, “diz-me o que comes e dir-te-ei como te comportas”. Parafraseando a célebre sentença de Brillat-Savarin: «Diz-me o que comes, dir-te-ei quem és».

No seguimento deste raciocínio, os responsáveis religiosos chegaram à conclusão de que a comida idónea para a vida espiritual dos seus fiéis era aquela que estivesse livre dos «maus» alimentos; a saber, aqueles que estimulam a violência, as paixões e o excesso vital. Mas que tipos de alimentos são os responsáveis por despertar estes demónios e, portanto, de afastar os homens do caminho da pureza? A resposta foi unânime. São dois os aspetos negativos e reprováveis: os excessos e a gula, por um lado, e a carne, por outro”.

[García, L. Jacinto. Comer como Deus manda. Lisboa: notícias editorial, 1ª edição, 2000, pág. 17]

O livro é interessante, embora pequeno (204 págs). Deve ser difícil de encontrar. Talvez no OLX.
 

escrito por Carlos M. E. Lopes

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