Para não esquecer...

11
jul
2023

CARTAS A NORA

 [Joyce, James. Cartas a Nora, Relógio D´Água, Lisboa, 2012].

Nora foi mulher de Joyce. Em 16 de junho de 1904. Aí, segundo consta, Nora terá masturbado Joyce, e este fez entrar tal data no Ulisses. Nora foi o grande amor de Joyce que lhe escreve «Nora, meu fiel amor, minha obscena colegial, sê a minha puta, a minha amante, o quanto desejares, serás sempre a minha bela flor silvestre das sebes, a minha flor azul-escura humedecida pela chuva». 

O homem excedia-se. As manifestações de paixão, ciúmes, entrega. Chegam a ser incómodas. Joyce odiaria Dublin. Nora jamais terá lido Ulisses e a maioria ou a totalidade dos livros de Joyce. Estas cartas a Nora são um sem fim de manifestações depravadas. «Deves ter dado uma boa esfregadela nessa tua coninha marota…». Joyce é apaixonado, excessivo, desbragado. 

A sua leitura permite situar aquele princípio do séc. XX. Leitura obrigatória.

escrito por Carlos M. E. Lopes

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