Para não esquecer...

10
jul
2023

MANIAS

De há uns anos a esta parte, mais de trinta ou quarenta, tenho tido a mania de assinar os livros que compro e colocar a data, tudo a esferográfica. A partir de há uns dias, só ponho a data da compra e a lápis. Que raio têm, os que vierem, de saber quem comprou e quando? O quando fica a lápis para ser facilmente apagado e só para o adquirente saber quando.

Pepe Carvalho, o famoso detetive de Manuel Vasquez Montalban, tinha o hábito de acender a lareira com livros que achava indesejáveis. Achei o hábito censurável. Hoje, já não tanto. O livro, uma biblioteca, é um universo único e intransmissível. Claro que há livros que interessam a um conjunto de pessoas. Sei lá, 60/70 % em uma biblioteca, não mais. Mas o universo, em si, não é interessante para ninguém.
Há anos que penso o destino a dar à minha biblioteca. Moçambique, Cabo Verde ou S. Tomé. Ainda deve interessar a muito mais pessoas do que em Portugal. Tenho muita fé em África.

São desabafos de um gajo no fim da estrada.

escrito por Carlos M. E. Lopes

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